Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Thursday, November 27, 2008

Sorrir : sorria!


Sorrir com gosto. Ai que delícia!

No meio de um passeio a pé e começa a chover, é gostoso ver as pessoas sorrindo. Aquele sorriso maroto, de quem está se molhando aos pouquinhos, correndo e se divertindo.

Na surpresa, a cara de espanto e um sorriso que derrete. Ao receber aquela flor, o bombom, no momento do inesperado os lábios se esticam e os olhos se irrigam.

No meio de qualquer tarefa, aquela pausa que provoca uma lembrança boa. Um sorriso profundo que busca lá longe aquela sensação gostosa, que estremece o corpo todo e faz os dentes aparecerem.

Quando o coração pulsa desritmicamente de paixão, que te deixa bobo e mole despertando um sorriso envergonhado.

O sorriso de ver uma criança. Um sorriso observador, que olha e se reconhece, de auto-retrato.

Na vitória a sensação de poder, força e gozo. Um sorriso que faz a boca se rasgar, salivar e urrar.

No encontro de um conhecido, ou de um grande amigo. Um sorriso carregado de sentimentos, que compartilha com um abraço.

O sorriso da novidade, da surpresa, do desconhecido. Um sorriso tímido, inseguro e verdadeiro.

É assim: experimente! O rosto flácido, os lábios se afastam, e levemente se separam, os dentes aparecem. A língua se posiciona, os dentes não se tocam. Uma energia que percorre o corpo todo, recarregando. Um simples gesto, como agora! Eu sorrindo pra você.

Sorrir com vontade. Huuummm....

Tuesday, November 25, 2008

Jovem vereador quer rampas


Em breve conversa com uma jornalista sobre acessibilidade em Florianópolis, deixo aqui meu registro e meu pedido de voto!

"Eu como mãe de gêmeos com paralisia cerebral encontro muita dificuldade andar pelas ruas da cidade, as calçadas não tem a largura necessária para passar a cadeira de rodas, cada quadra temos um poste, um banco, um buraco, sempre no meio do caminho. O passeio torna-se perigoso e desconfortável.

Os acessos ao meio-fio com muita raridade oferecem rampa, o desconforto de usar as cadeiras nestes desníveis, em especial para as crianças é demasiado. Em cidades vizinhas a nossa, como Balneário Camboriú, os acessos são muito fáceis e a igualdade respeitada.

Também as áreas privadas, como clínicas infantis, áreas de farmácia, áreas escolares não oferecem vagas destinadas aos portadores de necessidades especiais, dificultando os acessos aos serviços.

Em termos de acesso público Florianópolis tem deixado muito a desejar!

Meu filho disse que se candidataria a vereador nestas eleições e o projeto dele seria:
- Quero colocar rampas em toda a cidade!

Ele ainda tem 6 anos, mas quem sabe votamos nele no futuro!"

Monday, November 24, 2008

Paralisia cerebral: palavrão


Não lembro a primeira vez que escutei o palavrão PARALISIA CEREBRAL, mas entendo que desde a primeira vez eu nunca havia entendido esta situação.

Paralisia cerebral sempre me veio associado com deficiência mental, deformidades, uma cadeira de rodas e um carregamento de piedade. Errado, totalmente errado.

Acredito que não somos educados a conhecer o que significa este palavrão, e na ignorância, por não saber, ficamos mais ignorantes enchendo nosso caminhão de sentimentos como pena, aversão e nojo.

A paralisia cerebral é uma cicatriz no cérebro. É uma célula paralizada. É como um arranhão na pele, que ali deixa sua marca, e nunca mais volta a ser a mesma. Acontece que o cérebro, como é responsável pelas nossas funções, quando sofre uma lesão, uma paralisia, acaba interferindo em alguma outra parte do corpo. Normalmente afetando os movimentos motores.

A paralisia cerebral é diferente da deficiência mental. Sim, pode estar associada, mas normalmente não está.
A paralisia cerebral não exige o uso de uma cadeira de rodas. Depende da gravidade da lesão, do tipo da lesão, da educação com esta lesão.
A paralisia cerebral gera uma deformidade de igualdade, um lado está diferente do outro.
A paralisia cerebral gera principalmente uma dificuldade de movimentos precisos, com uma função descoordenada.

Nós temos que educar, explicar, dar chance e gerar oportunidades. Mas principalmente com a ajuda de um sorriso, de compartilhar nossa alegria e arrancar dos outros a aversão e a pena. Sorria.

Mais informações:
http://www.cerebralpalsy.org/what-is-cerebral-palsy/
http://www.apcb.org.br/portal/

Sunday, November 23, 2008

Pesquisa da Educação Condutiva em Santa Catarina


Esta pesquisa foi realizada durante o ano de 2007 pela educadora Célia Diva Renck Hoefelmann com a Fundação Catarinense de Educação Especial.

Resumo
Este relatório tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa que avaliou as contribuições da educação Condutiva para crianças e adolescentes com paralisia cerebral em programas de atendimento especializado... no estado de Santa Catarina. Participaram desta pesquisa: Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Condutiva, Fundação Catarinense de Educação Especial e APAES dae Balneário Camboriú, Camboriú, Florianópolis, Porto Belo e Itajaí ...
Os resultados desta pesquisa apontam para complexidades da Educação Condutiva e as dificuldades dos profissionais se apropriarem de sua essência. entretanto, mesmo com os profissionais ainda em processo de aprendizagem, os alunos já refletem resultados positivos. ... Não é possível implantá-la em outras instituições sem a assessoria e presença de um condutor.

Sumário
- Introdução
- Educação Condutiva: Seu papel na aprendizagem, elementos essenciais, o condutor, o programa, a série de tarefas, intenção rítmica, o grupo e princípios básicos.
- Percurso Metodológico: A descrição da realidade, a crítica da realidade, a formação contínua e a criação coletiva.
- As Contribuições da Educação Condutiva
- Considerações Finais
- Referências e Anexos

E na íntegra copio as Conclusões:
Os resultados desta pesquisa apontam que a Educação Condutiva traz muitas contribuições para os alunos com paralisia cerebral, pois busca sempre o movimento ativo e consciente. Entretanto, os resultados são mais evidentes quando o aluno consegue compreender e aprender a rotina de trabalho. Em relação ao trabalho desenvolvido nas APAEs, ainda se configurando como uma abordagem em construção, há muitos resultados significativos com os alunos, principalmente no que diz respeito às aquisições motoras, desenvolvimento da linguagem, compreensão, atenção e alimentação. Pelo relato dos profissionais, a qualidade dos atendimentos oferecidos a estes alunos com base na Educação Condutiva é superior à verificada em propostas de trabalhos anteriores. Como nas instituições participantes, os profissionais ainda estão em processo de aprendizagem, não se estabeleceu relações entre a periodicidade e a duração dos atendimentos nos grupos com os alunos. Pelo que foi observado, o grande diferencial foi a organização e a qualidade deste atendimento e não exatamente o fator tempo. Em relação aos alunos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Condutiva, todos tiveram conquistas importantes, principalmente nos aspectos motores, cognitivos e afetivos e agora mostram uma personalidade ortofuncional que permite a eles ter uma maior independência no contexto de sua funcionalidade. São mudanças pequenas, mas significativas e ocorridas em curto espaço de tempo, ou seja, de julho a dezembro de 2007. Para que estas aquisições sejam mantidas e ampliadas é necessária a continuidade do trabalho. A formação do profissional, na perspectiva desta pesquisa, foi um aspecto muito importante. A Educação Condutiva, que a princípio era entendida como uma abordagem de fácil compreensão, revelou ao grupo, inclusive à pesquisadora, toda a sua complexidade. Em um processo muito intenso de aprender e ensinar, muitas crises apareceram, mas foram amenizando aos poucos, na medida em que aumentou o entendimento sobre a teoria. Contudo, cabe ponderar que o processo de aprendizagem dos profissionais ainda não está consolidado, mas em processo de elaboração. Este é um consenso entre os participantes.

O término deste Projeto dá a impressão de que se está interrompendo o processo. Foram poucos meses para um aprendizado tão intenso. O atraso da condutora, devido a problemas com o visto, prejudicou a organização dos trabalhos, neste sentido.
Há um consenso entre fisioterapeutas, professores e demais profissionais no que se refere à qualidade desta abordagem. Os fisioterapeutas, que atuaram como líderes dos programas, compararam seu trabalho anterior à pesquisa com o atual e indicaram preferência por este. Os professores, por sua vez, mencionaram a importância do aprendizado deste ano.
Em se tratando dos professores, é importante que tenham um papel mais ativo neste processo, que reflitam sobre a sua prática e que possam contribuir mais com as questões da Educação. Não se deve negar as teorias da aprendizagem já conhecidas, mas apoiar-se nelas para entender a Educação Condutiva. Nos contextos onde o professor se fez presente ativamente, os resultados foram melhores. A pesquisa demonstrou a relevância da formação profissional e do trabalho coletivo – cabe lembrar que todas as ações ocorriam nos grupos: os estudos, as discussões, assim como os desabafos, enfim, todos os momentos vividos... Contrariando a expectativa inicial, a pesquisa revelou que não é possível implantar a Educação Condutiva em outros centros educacionais especializados do Estado de Santa Catarina sem a presença ou assessoria direta de um condutor. Este fato se deve à complexidade da abordagem. Mesmo os profissionais que participaram dos cursos e deste Projeto ainda não dominam todos os pressupostos desta abordagem. Esta conclusão é compartilhada por todos os fisioterapeutas e demais profissionais envolvidos no Projeto. Até mesmo nas instituições que já desenvolvem estratégias da Educação Condutiva, se não houver a assessoria de um condutor, o processo de aprendizagem dos profissionais poderá estabilizar ou, muito provavelmente, retroceder. Houve um grande investimento de recursos humanos e materiais por parte das instituições, do Instituto Guga Kuerten e da Fundação Catarinense de Educação Especial. Hoje se tem a certeza de que estes recursos foram investidos em uma abordagem que realmente oferece novas possibilidades para os alunos com paralisia cerebral. Cientes deste fato, todos os profissionais e instituições ficam apreensivos com relação aos desdobramentos da Educação Condutiva no Estado, pois este Projeto e as demais ações relacionadas se encerram no término deste ano e, a partir de então, cada instituição se responsabilizará pelos encaminhamentos em seu espaço. A principal preocupação está concentrada na necessidade de alguma forma de assessoria, uma vez que a aprendizagem dos profissionais ainda está em construção. Uma estratégia viável, sugerida pela pesquisadora e discutida nos grupos, é a consolidação de espaços que desenvolvam a Educação Condutiva em sua essência, com a presença de condutores, para que, em um futuro próximo, possa se oferecer um curso de especialização em Educação Condutiva no Estado, buscando estabelecer parcerias com instituições da Hungria ou da Inglaterra. Este procedimento é necessário, pois a aprendizagem da Educação Condutiva necessita da prática. Para construir esses espaços com qualidade, é imprescindível a presença de facilitadores motivados para aprender. Conscientes de suas necessidades, as APAEs participantes deste Projeto discutem as possibilidades de contratar um condutor e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Condutiva já está contratando um condutor para continuar o trabalho.
Diante deste panorama, torna-se fundamental a manutenção do convênio com a FCEE, a fim de garantir a cedência de professores para atuar como facilitadores, bem como o empenho de todas as instituições envolvidas com este Projeto no sentido de sua continuidade. Aliás, até mesmo por uma questão de ética, não se pode interromper um processo que mostrou
tantas possibilidades para os alunos com paralisia cerebral. Foi criada uma expectativa para eles e esta deve ser mantida.
Para finalizar, pode-se afirmar que a Educação Condutiva surpreendeu pela sua complexidade, pelas exigências, pelos resultados e também pela intensidade do envolvimento dos profissionais com estudos, reflexões, discussões, mudanças, crises..., mas, acima de tudo, pelo grande desejo dos profissionais de desenvolver um trabalho que promovesse o
desenvolvimento pleno do aluno com paralisia cerebral.

Para os que desejarem ler mais, entrem em contato com a pesquisadora para suas dúvidas e informações. Com a Professora Célia - celiahoefelmann@gmail.com

Saturday, November 22, 2008

Observar x ver: quero um espelho


Algum sábio da filosofia vedântica disse: O criador destruiu a criatura quando colocou os sentidos para fora.

Os sentidos que despertam o desejo. O desejo regado pela visão, audição, tato, olfato e paladar.

Quando temos a possibilidade de ver, de imaginar, de se espelhar; o nosso interesse aumenta. Cresce, floresce. Como seres insatisfeitos que somos, sempre em busca de um algo a mais, temos sempre uma necessidade latente, importante, necessária.

Nosso desejo desperto, nossa necessidade pulsando. Com os sentidos abertos, temos certeza da busca pelo nosso desejo, desenvolvendo angústia em busca da realização. E então a satisfação: desejo realizado. Ou a raiva: desejo não atendido.

Em determinado momento nós viramos o questionamento para si mesmo. Com certa maturidade questionamos o próprio desejo. Nos observamos.

observar. Examinar minuciosamente; olhar com atenção; estudar. Acompanhar a evolução, o comportamento ou o funcionamento de. Vigiar as próprias ações.

Diferente de uma visão passiva, o observar difere do ver.

ver. Conhecer ou perceber pela visão; olhar para; contemplar. Ser expectador ou testemunha de; assistir a; presenciar.

Em algum momento o observar é sinônimo de analisar.

analisar. Observar; examinar com minúcia. Exame de cada parte de um todo, tendo em vista conhecer sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações, etc.

Com a auto-observação aprendemos a lidar com o desejo, não necessariamente realizando-o. Esta capacidade de lidar com a situação, de entender o meu desejo, como ele se manifesta, para então estar bem consigo mesmo. É um momento de maturidade.

Difícil nos colocarmos nesta situação, de observar sem julgar. De observar, só vendo, percebendo com a visão e o coração. Bom seria termos como vestimenta um ESPELHO, para que não esquecessemos de nós mesmos, de que observar a si é infinitamente mais importante do que observar ao outro. Observar sem julgar.

julgar. Supor; imaginar; conjeturar. Formar opinião sobre; avaliar. Formar juízo crítico; condenar.

Nesta semana o Lama Lobsang, seguidor da filosofia budista, esteve na Universidade Federal de Santa Catarina e, em poucas palavras deixou sua mensagem. Simples, conhecida e desejada. Mas de difícil realização.

Se você quer uma vida complicada, tente mudar os outros.
Se você quer uma vida simples, mude a si mesmo.


Conceitos retirados do Aurélio, o Dicionário da Língua Portuguesa.
Informações sobre o Lama, no Tulku Lama Lobsang.
Mais sobre os Vedas, com Glória Arieira.

Friday, November 21, 2008

Livro Mágico


Na primeira vez que meus filhos experimentaram a Educação Condutiva, foi em julho de 2005 no México. Foram naquelas aulas que vi meus filhos serem avaliados de suas atividades, refletirem sobre os bons e maus momentos do dia e buscarem metas para melhorar no dia seguinte. Eles tinham 3 anos.

Quem de nós termina uma longa atividade e pára para refletir e avaliar sobre ela? Quem de nós define metas para melhorar da próxima vez?

Assim é a Educação Condutiva. Todos os dias, em todos os programas as crianças se avaliam, definem metas para fazer melhor. E assim elas acumulam, até que no final da semana é feita uma avaliação em grupo de todas as atividades e comportamentos da semana. A criança que se destaca, que se comporta, que surpreende, vai para o Livro Mágico.

Quem de nós termina a semana atribulada, refletindo sobre o momento e gratificando os melhores?

O Livro Mágico é uma forma de gratificar quem trabalhou bem e dar espírito de equipe, onde um torce pelo outro nesta `corrida` final. Mas antes o grupo se avalia e já indica quem será o ganhador da posição no Livro.

Muitas vezes a indicação é surpresa, não sabemos quem vai para o Livro, e somente a condutora tem acesso a esta informação. O clima de suspense preenche a sala, onde os pais são convidados a participar deste encerramento com seus filhos todas as sextas -feiras.

Gostaria de registrar que as últimas 6 semanas não tivemos surpresas, ganhando consecutivamente seis vezes a menção no Livro Mágico, Enrique é nosso recordista. Após um período de gesso, vindo de uma cirurgia, ele tem sido o melhor, há seis semanas! Parabéns campeão!

Thursday, November 20, 2008

Meu filho palavra


Tenho gêmeos, e as comparações são inevitáveis, eu sei. Não gosto das perguntas indiscretas, me contenho, elaboro mil respostas sem emitir uma palavra.

- Um fala, e o outro não ?

Fico em constante procura para definir para eu mesma, o que ele fala, como ele fala, se ele fala. Pedi ajuda e no Aurélio encontrei:

Falar : Dizer palavras; exprimir-se por meio de palavras; fazer compreender; dialogar.
Dialogar: Falar alternadamente; conversar.
Conversar: Falar; tratar; discutir.
Discutir: debater; travar discussão; questionar.
Questionar...

Bom, eu estava procurando falar...

Verbalizar: Expor verbalmente; expresso de viva voz; oral.
Oralizar: relativo a boca; emitido pela boca; comunicar.
Comunicar: Fazer saber; participar; estabelecer comunicação entre.

ufa! Eu digo que meu filho fala, dialoga, conversa, discute, verbaliza, oraliza, se comunica. Bom, de certa forma não. Ele não forma uma frase.

Mas ele saber dizer SIM e NÃO. Existe decisão mais importante em nossa vida do que decidir sobre si mesmo? Saber se quer ou não quer?

Entre os verbos que listei acima eu gostaria de me expressar diferente, dizer que ele entende tudo que está a sua volta, que ele faz suas decisões, que quer ser respeitado, mesmo se não verbalizar, mesmo se não abrir a boca. Gostaria de criar um verbo, exprimindo as caracterísiticas como a dele, que com o som de uma palavra ele quer dizer muito, muito mais.

Um verbo que poderia ser Palavrar. Ele emite palavras que eu entendo e todos a sua volta entendem. Se posso criar um verbo, aqui está. Senão eu poderia apenas responder a pergunta com um sorriso verdadeiro no rosto:

- Sim, ele fala e também escuta. Respeite.

Tuesday, November 18, 2008

Crianças com paralisia cerebral


Estamos próximos do fim do ano de 2008 e o Grupo Educação Condutiva Com Amor encerrará as atividades com um ano muito produtivo e rico. Mais um ano de amor e educação condutiva em Florianópolis.

Agradeço especialmente as profissionais que estiveram durante todo este ano, se dedicando e compartilhando conosco seu aprendizado, educação e alegria.

Obrigada Becky.
Obrigada Anna Rita.
Obrigada Rafaela.
Obrigada Ticiana.
Obrigada Ana Paula.
Obrigada Aline.
Obrigada Flor.
Obrigada Fabi.
Obrigada Cézar.

Também quero parabenizar aos pais que nos deram a alegria de poder estimular a independência de seus filhos e que têm junto conosco acreditado no potencial de nossos filhos, dando a eles mais autonomia.

Obrigada Hernán, Ana Carolina e Enrique.
Obrigada Adriana, Rogério e Rebecca.
Obrigada Eliana e Rafaela.
Obrigada Juliana e Mayara.
Obrigada Lilian e Gabriela .
Obrigada Cesar e Tiago.
Obrigada Rafael, Gabriel e Leonardo.

Ainda estamos finalizando planejamento 2009, mas aqui evidencio algumas datas importantes:

5 de fevereiro : início das atividades grupo com amor Crianças com paralisia cerebral venham aprender conosco!

9 a 27 de março : Primeiro programa visitante Crianças de outros estados ou cidades vizinhas, venham fazer parte de nossa rotina!

13 a 31 de julho : Curso de Férias São três semanas de atividades em período integral buscando o desenvolvimento motor, social, cognitivo e emocional. Venha ver a diferença que esta experiência vai lhe proporcionar!

8 a 25 de setembro: Segundo programa visitante Última oportunidade para participar do grupo. Venha nos conhecer!

Convido aos pais das crianças com paralisia cerebral ( ou outras situações) que venham participar conosco desta alegria.

Com amor, Leticia.

Do que é feita a maturidade?


Maturidade é feita do quê?

Em algum momento de nossas vidas aprendemos a não cair da cama. Porquê nós não caímos da cama?

Aprendi observando minha filha, que a partir dos dois anos ela já apalpava as laterais da cama como se estivesse conhecendo seus limites. Até onde eu posso ir?

Em algum momento aprendemos que um movimento mais brusco, uma virada sem dimensões vai nos provocar um tombo, e deste tombo uma dor. Evitamos a dor.

Meu filho faz giro de 360 graus na cama, tenho que ter grades não somente nas laterais mas também nos pés. Ele não construiu este limite, ele não tem poder sobre o seu corpo dormindo. Se está acordado e peço que ele fique imóvel, ele fica. Mas durante o sono ?

Em algum momento aprendemos isto e amadurecemos.

A mesma situação acontece com o xixi na cama. O que nos faz despertar sonolentos no meio da noite, ir ao banheiro e voltar. Qual a diferença da criança que ainda não se lembra e acaba sujando os lençóis? Em que momento ela aprende? O que é somado a ela para que ela amadureça?

Nós acabamos desenvolvendo uma consciência mesmo em estado de sono, durante o sono adquirimos aprendizado e maturidade.

Que elementos eu posso criar, desenvolver e aplicar para desenvolver esta consciência? Seja em estado alerta ou em estado sonolento.

Mas, do que é feita a maturidade?

Tuesday, November 11, 2008

Palavra Cantada


Esta música, em ritmo de lundú (dança dos escravos africanos nos terreiros das fazendas, nos tempos coloniais), ensina mais uma vez que a verdade é soberana. Quem quer viver pela metade? Para aqueles que de alguma forma se assustam com a verdade, que fogem dela e que ao olhar em sua volta vêem sempre as mesmas paredes, ou que não conseguem tirar sua venda dos olhos.

Um alívio que acalma em momento de pausa, afinal ninguém é 100%.

Pé de Nabo
Sandra Peres e Luiz Tatit, Palavra Cantada


Ser assim é uma delícia
Desse jeito como eu sou
De outro jeito dá preguiça
Sou assim pronto e acabou

A comida de costume
Como bem e não regulo
Mas tem sempre alguns legumes
Que eu não sei como eu engulo

Brincadeira, choradeira,
Pra quem vive uma vida inteira
Mentirinha, falsidade,
Pra quem vive só pela metade


Quando alguém me desaponta
Paro tudo e dou um tempo
Dali a pouco eu me dou conta
Que ninguém é cem por cento

Seja um príncipe ou um sapo
Seja um bicho ou uma pessoa
Até mesmo um pé-de-nabo
Tem alguma coisa boa