Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Thursday, August 25, 2011

Foco no importante

Foco no que é importante.

Inicio uma ação, no meio dela faço muitas outras, retomo e finalizo. No meio da primeira parte, lembrei que tinha algo ainda mais prioritário, intercalo iniciando-terminando, retomando e finalizando.

Organização. Minha filha faz as tarefas da escola exigidas em sala, marca em um 'Controle de Fichas' a cada ficha finalizada, ao terminar o total, ela revê o que foi feito e finaliza colando na agenda a tarefa cumprida. E reinicia novamente este processo.

Disciplina. Iniciar e terminar.

Por alguma questão não conhecida, algumas vezes esquecemos o meio da tarefa e a deixamos sem terminar. Para alguns aquela pendência fica esquecida, para outras em estado de agonia até finaliza-la.

Para meus filhos que aprenderam a seguir uma rotina, sair dela perturba. A regra deve ser seguida a risca. Apenas um desvio do que foi anteriormente planejado para que o humor se transforme e se confunda os entendimentos.

Como educadores precisamos ensinar a sentar, a ler, a se comportar e também a se organizar. Como aproveitar melhor o meu tempo: fazendo as tarefas importantes primeiro. Foco no importante, para poder administrar bem o tempo livre. Tarefa que cabe a cada um de nós, pais.

Dança Baobah

Foi uma experiência linda.

Levei meus filhos com seu grupo de amigos na condutiva para uma oficina de dança. Eles aprenderam a se liberar, a soltar suas emoções, a formas pares, a criar movimentos, a copiar movimentos dos outros, a dançar.

Uma dança fluida com um grupo em movimento, expressando da forma que possa, com gestos ora criativos, ora involuntários. Um sorriso, uma expressão séria, um balanço com a música.

Um grupo misto: outros cadeirantes, outros especiais, outros simpatizantes. Em harmonia, um grupo dançando, sem perceber as deficiências, mas sentindo prazer no fluxo da dança.

Assim refletiram as crianças após a oficina, viram seu corpo leve, dançando. Sem ter percebido que entre eles haviam deficientes. Eles enxergaram a dança, a sensação de prazer proporcionada ali.

Que delícia!

Assim foi a experiência na escola Baobah, que se propõe a contribuir por meio da arte, para o desenvolvimento de individualidades emocional promovendo uma sociedade mais solidária e menos discriminativa, e que aproveite as diferenças individuais em favor do bem comum.

Autonomia eficiente

O que eu consigo?

Talvez não consiga visualmente muito.

Não enxergo bem.
Não consigo comer sozinho.
Não falo.

Não consigo me levantar de forma independente.
Não consigo fazer tudo o que quero sem chamar uma pessoa.
Não me entendem quando preciso ir ao banheiro.

Este sou eu. Sou deficiente.
Deficiente como tantos outros. Aqueles que tem braços e pernas funcionais, mas mesmo assim são deficientes da sua tomada de decisões.

Eu não sou autônomo em meus movimentos. No entanto tenho autonomia nas minhas decisões.

Sei o que quero comer.
Sei o que quero assistir.
Eu escolho o que quero ler.
Decido meu cardápio.
Compro minha roupa.
Tenho autonomia de decisão.
Sou eficiente.

Comi bolo de colher

Meu filho cantou vitória : comeu seu lanche, um bolo, usando a sua colher. Ele sozinho comeu seu bolo.

Essa notícia foi muito importante para a família e para ele. Ele que se sentiu evoluindo, ganhando espaço, conquistando. A família que torce por ele a cada dia, buscando mostrar que é possível.

A paralisia cerebral 'apaga' alguns caminhos úteis, mas eles continuam lá. Eles existem.

O cérebro é um emaranhado de fios, como um labirinto de caminhos que de forma muito acelerada percorre todos os cantos para responder a uma ordem solicitada. Mesmo na paralisia cerebral, com uma parte deste caminho interrompida, ou deste emaranhado com nós é preciso estímulo para que a busca seja incansável e possamos encontrá-los.

Agradeço ao esforço dele, e a todos os envolvidos nesta conquista. Desde aquele que construiu a cadeira que ele senta adequadamente, a barra que dá apoio, ao prato que segura o lanche, a colher que leva a boca e imensuravelmente as pessoas que o fizeram crer que era possível.

Seguimos em busca destas grandes conquistas. A cada dia!

Tuesday, August 16, 2011

Programa na água



Crianças com pouca habilidade também fazem muito na água, que gostoso! Oportunidades que devem ser oferecidas, sem medo, com confiança!

Integração Sensorial

Compartilho com vocês uma matéria sobre a sala de Integração Sensorial no Paraná, um grande exemplo e uma boa idéia! Oportunidades que devem ser oferecidas!

Veja o vídeo mostrando os equipamentos e as atividades realizadas na sala da Apae de Cascavel.

http://g1.globo.com/videos/parana/v/brincadeiras-tem-ajudado-criancas-com-dificuldade-motora/1592338/

O espaço é coordenado por Amanda Basso, vale a pena conhecer.

Wednesday, August 03, 2011

E a outra metade


E a outra metade é amor.

Seguindo a melodia da música Metade, de Oswaldo Montenegro, eu gostaria de iniciar e finalizar assim: com amor. Mas não, o Curso de Férias em Educação Condutiva - 5a edição continuou e eles fizeram ainda mais!

- Conheci a experiência das aulas de educação física de um cadeirante
- Pintei o papel reciclado que eu fiz
- Competi no jogo da Fórmula 1
- Enxuguei as minhas costas
- Torci para meus amigos
- Venci
- Perdi
- Estiquei meus joelhos e fiquei de pé, por 10 segundos
- Fiz aula de tênis
- Senti a velocidade e percebi o som da bola, bem do meu lado
- Segurei a colher e comi
- Escutei uma história e participei dela
- Montei um porta retratos
- Escovei meus dentes
- Fiz acabamento no instrumento musical que eu criei
- Dei comida aos patos
- Construí
- Tirei minha blusa
- Pesquei
- Modifiquei
- Joguei carta
- Rolei até a outra sala
- Li outro livro
- Assisti o Brasil perder pênaltis
- Sentei sozinho por 6 segundos
- Vi uma segunda ovelha recém-nascida
- Com emoção no coração me despedi.

" E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."