Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Saturday, April 26, 2008

Inscrições Abertas


Curso Educação Condutiva
12 de Julho a 1 de agosto de 2008

O Projeto Com Amor está oferecendo o curso de Educação Condutiva voltado para crianças com paralisia cerebral, durante três semanas, nos meses de julho e agosto em Florianópolis – SC.

Método e informações

A Educação Condutiva é um método húngaro desenvolvido e aplicado pelo médico Dr. Andras Peto na década de 40 e busca a integração do corpo físico, social-emocional e cognitivo. A educação condutiva trata o indivíduo como um todo, dentro de uma visão holística.

A Educação Condutiva é apaixonante e vem sendo aplicada em diversos países, entre eles os mais desenvolvidos do mundo como Inglaterra, Alemanha, Noruega, Israel, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Japão, México. No Brasil existem algumas iniciativas e esta será a segunda edição deste curso, que foi pela primeira vez realizado no mês de julho de 2007.

O curso será conduzido por uma condutora e outras profissionais treinadas a enxergar as dificuldades motoras provenientes da paralisia cerebral como uma dificuldade de aprendizagem. Buscando assim educar e ensinar os movimentos adequados visando uma condição independente.

O Curso de Férias que se inicia na segunda quinzena de julho e termina no primeiro dia de agosto, é uma continuidade do Projeto Com Amor, que atende crianças durante o ano todo.

A forma de trabalho da Educação Condutiva é comparada com o trabalho de uma professora de escola primária, o desenvolvimento da criança se dá em grupo, dentro de uma sala de aula, seguindo uma rotina diária. A rotina adotada vai sofrendo pequenas alterações de acordo com o atingimento das pequenas metas estipuladas para cada criança. Ao mesmo tempo que o trabalho é em grupo, ele é direcionado para as necessidades individuais de cada um. Os exercícios adotados são movimentos de nosso dia a dia, muito simples e funcionais. A criança é sempre o responsável pelas ações que realiza.

Para mais informações sobre o Programa, a Equipe, o Grupo, Atividades para os pais, Inscrições : entre em contato educacaocondutiva@gmail.com ou 48 9167-6105, Leticia. Vagas limitadas.

Thursday, April 24, 2008

Liberdade, naturalidade, espontaneidade, ...



Na história do Brasil nos ensinaram que os portugueses chegaram ao nosso continente e aqui encontraram índios ignorantes que precisaram ser domesticados e catequisados. Em minha ingênua ignorância por muitos anos pensei não existir nada antes dos descobridores portugueses.

Aquele que deseja determinar a ordem dos fatos muitas vezes acaba conseguindo. Com tantas nações no planeta água, me iludi achando que a pouco mais de 500 anos não existia gente pensante. Se eram eles indivíduos que não tinham tido contato com outros humanos, certamente deveriam ser pessoas que aprendiam com a natureza, com as suas necessidades.

Assim como a história dos portugueses, também me ensinaram que se meus filhos não fizessem tal coisa até os 3 anos, então jamais fariam. Coisas do tipo: "Se não puder colocar os calcanhares no chão, então que não se permita o andar. Se existir uma marcha, ela somente será automática. Se existir um movimento, ele foi não intencional."

Da mesma forma que os índios, fui ingenuamente enganada. Por alguns anos deixei de seguir a minha própria natureza e deixei de perceber a natureza de meus filhos. Quantos questionamentos em relação a uma determinada postura correta e quebra de padrões, sem nunca discutir a natureza de cada um.

Sou obrigada a admitir que foi a Educação Condutiva que deixou a minha mente mais límpida, me permitindo entender o indivíduo assim como ele é. Respeitando a sua natureza, acreditando no seu potencial. Hoje eu quero o que está além do meu domínio, permito entre outras coisas, e sem culpa, minha filha definir seu `amorado` ao invés de namorado. Nada mais natural: se vem do amor, só pode ser `amorado`.

A natureza, a liberdade, a naturalidade, a atividade espontânea, a essência, a sinceridade, a honestidade, a humildade, a transparência: Devem Ser Respeitadas. Sim é preciso mudar. Mas temos que mudar aquele que determina sem saber, aquele que poda, aquele que deixa nossa mente anuviada. E aquele é o adulto, aquele que também sou eu.

Wednesday, April 23, 2008

Ler e falar


Isadora chega em casa e diz pra sua mãe que meu filho leu a história do Monteiro Lobato pra ela. É verdade que ele não lê ainda, mas também não fala. No entanto a Isadora afirma que foi ele que leu a história pra ela, era um fato.

Existem alguns momentos da vida das crianças que não precisam ser necessariamente reais, no mundo da ilusão a realidade se faz. Quantas vezes somos tão brutos com nossa verdade e realidade, para que no fim encontremos o mesmo objetivo. A história foi lida, o momento existiu, não importa a ferramenta.

Na nossa forma de consciência presente, nós somos muito mais importantes do que a ferramenta. Tanto o problema como a solução de todos os nossos dilemas estão na nossa mente. Algumas situacões são fato, e fato eu não discuto, eu apenas aceito e vivo com ele. Mesmo não gostando dele.

Se é um problema então eu resolvo. Pode não ser fácil, e normalmente não é. É preciso ir reformulando minha ação até resolvê-la de forma que me satisfaça. Uma frustração no meio do caminho pode ocorrer, mas ela vem a me ajudar ainda mais em busca do desenho de uma melhor estratégia.

Saber ler no caso de meu filho é um problema, e vamos resolvê-lo. Não falar é um fato, que no caso pouco importou pra sua amiga do colégio. Nossa sabedoria está em lidar e conviver sabiamente com os fatos do mundo, assim nos ensinou Isadora.


Trechos deste post refletidos através dos ensinamentos de vedanta com Glória Arieira.

Tuesday, April 22, 2008

Escrita a mão ou uso do teclado


Não sei se o momento é meu, ou do mundo.

Não parece difícil confundir a minha história com a da sociedade em geral, às vezes acho que sou eu a protagonista, às vezes me percebo totalmente excluída dessa história.

Meu filho está aprendendo a escrever na escola. Ele conhece as letras, forma as palavras mentalmente, em pouco tempo estará lendo um frase. Precisa de treino. Escrever significa formar a letra na caixa de areia, fazer o movimento com os dedos, depois com o alfabeto de madeira juntar as letrinhas e formar a palavra. Tudo muito difícil, depois do treino, o momento da primeira vez, segurar um lápis na mão e escrever.

Não sei que momento é esse. A escrita nem sei se ainda existe, escrevo este blog com as palavras que ecoam da minha mente diretamente para um arquivo virtual. Entraram na minha cabeça provavelmente advindos de outras mentes, de uma palavra ou da leitura de um artigo, sem que nunca tenham passado para um papel escrito a mão.

Meu filho vai aprender a escrever sem usar um lápis. Esse momento é meu, ou do mundo?

Perguntei a diretora se as crianças ainda entregam trabalhos em folhas de papel almaço, com aquela linda pesquisa de gravuras coladas de jornais antigos guardados pela mãe ou avó. Ela me responde que a maioria entrega uma pesquisa feita no Google, quase que sem ler, todas impressas. E adiciona: - Nem sei se foram digitadas por elas, ou apenas copiadas e coladas.

Não quero admitir que dentro de seu grupo meu filho faça diferente, e nem ele quer. Quero que ele saiba o que é a escrita, como se segura um lápis, qual o movimento que se faz, que escrever com letra cursiva e grudadinha é ainda mais difícil que letra de forma. Usar caderno, escrever na linha, fazer caligrafia. No entanto, discuto se esse é um momento meu, ou do mundo.

O esforço vale a pena? Em que momento estou objetivando uma frustração ou uma realização? Me confundo. Em alguns momentos me vejo excluída do mundo, em outros estou fazendo a revolução.

Thursday, April 17, 2008

Palestra Com Amor


Na sexta-feira a condutora Rebecca Featherstone palestrou de forma ampla sobre a educação condutiva. Ela não foi direta em nenhum conceito específico, mas geral em suas explicações. Falou do conceito, da pedagogia, do grupo, das multi-dimensões, além de discursar sobre a história de vida de Peto e Hari, e dos vários centro de Educação Condutiva no mundo.

Também falou de nosso projeto, de como começamos, do estágio que estamos, dos serviços que oferecemos e do papel importante da condutora em conexão com o aluno. Dentre todos seus tópicos disse que se alguém perguntasse o que seria mais importante de tudo, ela diria o grupo. E citou três de nossas regras de ouro:

Motive um ao outro
Receba e gratifique cada conquista
Somos todos diferentes


Seguindo nossa rotina diária esboçou um pouco o papel das tarefas e das séries de atividades e demonstrou alguns movimentos nos móveis, com a ajuda de uma educadora. Levantou também vários outros assuntos que pudessem ser respondidos em perguntas.

Nas respostas as dúvidas deixou claro que em sua forma de ver a Educação Condutiva é voltado para pessoas (crianças no nosso caso) com dificuldades motoras, independente de sua condição cognitiva. Cada criança deve ser avaliada e selecionada para participar de um determinado grupo. Somos diferentes e não podemos generalizar, cada um merece seu espaço e sua oportunidade de aprender.

Os visitantes puderam assistir algumas fotos da apresentação sobre as diferenças do dia anterior, além de visitar a sala observando os móveis, o mural de trabalhos, o banheiro com os apoios, o canto da massagem, a mesa de lanche com as barras, entre outros.

Desta forma atendemos um de nossos objetivos no projeto Com Amor: divulgar o método. O outro é oferecer o serviço.

Obrigada a todos que compareceram e para aqueles que não tiveram a oportunidade desta vez, entrem em contato que os manteremos informados. E também a condutora, mais uma vez obrigada.

Friday, April 11, 2008

Com amor, sim!


O artigo "The Soul in Conductive Education” ( A alma na Educação Condutiva), escrito por Andrew Sutton em seu blog, começa assim :

All you need is love? (Tudo o que você precisa é amor?)

E ele continua descrevendo seus adjetivos, e citando os comentários de Mária Hári:

"Love is not enough here. It must be an intelligent love." (Hári, 1986)

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O artigo "Unconditional-love-faith-and-hope" (Amor, destino e esperança Incondicional), escrito por Susie Mallet em seu blog, descreve assim:

" I realised while reading that I really did understand what Dr Mária Hári was saying when talking about 'kapcsolat', contact, bonding an intelligent love from the very moment I had contact with her and her Institute. "

(Me dei conta enquanto lia Mári Hári que eu realmente entendi o que ela falava de “kapcsolat", contato, reforçando este amor inteligente desde o primeiro momento que estive com ela e seu [Peto] Instituto)

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Quando eu cheguei pela primeira vez na Inglaterra e vi as condutoras trabalhando com meus filhos, aliás identificando suas necessidades no mesmo instante que os conheceram. Percebi que ali mais do que profissionalismo também tinha afetividade.

Peto desejava o melhor para o bem do próximo. Ele tinha amor.

Este projeto, como o nome mesmo diz, repito mais uma vez, é sim Com Amor. E não por nós, mas por Peto, por Hari, por Andrew, por Wendy, por Erzi, por Barbara, por Becky, por Anna Rita, por Rafaela, por Ticiana, por Florence, por Aline, por mim, e por tantas mais. Obrigada mais uma vez Peto por esta lição.

Open Day Com Amor: experiência excelente!


Nesta quinta-feira tivemos nosso dia de visitas, Open Day. Comemorando um ano do projeto Com Amor recebemos convidados para conhecer as rotinas de educacão condutiva observando as crianças trabalhando, além de conhecer o espaço, nossas rotinas, os cadernos de feed-back, o livro mágico, as atividades elaboradas pelas crianças, as fotos de outros eventos, um slide show de imagens e ainda mais.

Tivemos um dia excelente encerrando as atividades com uma apresentação de teatro sobre as diferenças étnicas, com a seguinte questão : Que diferença faz? As crianças surpreenderam positivamente em seus papéis: a índia, o africano, o português e o japonês. Com músicas elaboradas para cada personagem e com os movimentos de educação condutiva em cada ação, fizeram o público se emocionar.

Entre os convidados escutamos vários comentários positivos, principalmente daqueles que estavam 'experimentando' a educação condutiva pela primeira vez.

" É um pouco de tudo, tudo junto, que interessante." : médico.

" É mais do que apenas um método, é uma filosofia de vida." : psicóloga.

" Me surpreendi positivamente porquê percebi que não são pedaços, mas uma visão integrada." : pedagoga.

" Quantas atividades artísticas criativas, o enfoque lúdico é tudo." : educadora.

" Estou apaixonada, posso vir mais vezes? Posso trabalhar aqui?" : estudante.

E nas flores que recebi me repetiram as frases de Mári Hári : "Não basta ser amor, tem que ser um amor importante."

E aqui estamos com amor, dando atenção importante ao projeto Educação Condutiva Com Amor, que não bastando mostrar nosso trabalho, queremos demonstrá-lo com amor. E tenho certeza que cada um daqueles que se despediram ontem de nossa visita a fizeram com um prazeiroso sorriso nos lábios, com o coração quentinho, explodindo de amor.

Obrigada a todos que estiveram conosco! E... hoje tem mais: palestra aberta com a condutora inglesa Becky Featherstone.

Thursday, April 10, 2008

A montanha mais alta


Enquanto eu encho sacos de painço e alpiste para que as crianças possam usar como ferramenta sensorial e estimular seu equilíbrio na intenção de seus movimentos, um cientista brasileiro cria próteses capazes de captar a intenção de um movimento no cérebro de uma pessoa e imediatamente a faz executar. A pesquisa dá uma nova perspectiva a quem sofre de alguma dificuldade motora.

Miguel Nicolelis é paulista residente na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, uma das melhores do mundo em neurociência. Nenhum outro estudo da atualidade foi tão citado e vem influenciando vários cientistas, diz a revista científica americana Scientific American.

Em paralelo vamos caminhando, nós aqui buscando meios para estimular as crianças a terem a intenção do movimento, criando em suas mentes formas de conseguir a realização de seus objetivos. No outro, eles também estudam o indivíduo em avançados laboratórios pelo mundo.

Não sei quando vou conseguir 'fisicamente' realizar o desejo de meu filho que quer escalar a montanha mais alta, mas poderei dar a ele a condição de perceber sua condição e oferecer diferentes formas de chegar até lá. Por ações precipitadas caio na minha própria armadilha, prefiro ser uma observadora paciente, ponderada e crente. Um passo depois do outro, até o topo da montanha.

Wednesday, April 09, 2008

EC na França


Bonjour Leticia,
Aujourd'hui, dans le journal Ouest-France, il y a un article sur l'Education Conductive près de Nantes. Je te copie l'article en dessous. Comment ça va chez vous ?
Jean François


Meus amigos franceses também estão atentos aos projetos de Educação Condutiva, e me escrevem para relatar este da Associação Francesa de Educação Condutiva (Afpec), que esteve celebrando 10 anos nesta semana. A matéria começa assim:
" Antes eu não podia nem ficar de pé. Hoje posso ir de meu quarto até a cozinha para tomar o café da manhã." São as palavras de Ulysses, 7 anos.
" No entanto não há nada de milagroso nisto, é apenas o resultado de um trabalho rotineiro de educação condutiva." São as palavras ponderadas de Florence Levasseur, sua mãe.

Este projeto está localizado no oeste da França, região da Bretagne e atende cidades vizinhas como Laval, Saint-Malo e Caen.
Para quem quiser ler mais sobre esta nota, leia a matéria completa no jornal Ouest-France. Para contactar diretamente a Afpec: Afpec, 1 bis, rue de la Roinée, 53 210 Soulgé-sur-Ouette. Tél./fax : 02 43 98 75 41. E-mail : assoafpec@yahoo.fr

Monday, April 07, 2008

Visita e Palestra nesta quinta e sexta

Convite : Dias 10 e 11 de abril, nesta quinta e sexta : Educação Condutiva Com Amor - Florianópolis.

Dia 10 estamos abertos à visitas para conhecer as rotinas da Educação Condutiva (14h). Encerramos com uma apresentação especial realizada pelas crianças (16:30h).

Dia 11 será uma palestra (14:30h) com a Condutora Rebecca Featherstone, falando sobre este método que atende crianças com paralisia cerebral nos mais diversos países do mundo. Em seguida estaremos tirando dúvidas e conversando mais sobre Educação Condutiva.

Data:
10 de abril, quinta-feira: Open Day 14:00h as 17:30h
11 de abril, sexta feira: Palestra e mesa redonda 14:30 as 16:30h

Local: Com Amor / Rod. SC-401 km 14 (após viaduto de Jurerê sentido centro-praia, lado direito.)

Com amor,
Leticia Kuerten
http://educacaocondutiva.blogspot.com/
48 9167-6105.

Thursday, April 03, 2008

Leis da alma


Maria Montessori em seu livro A Família, fala da educação para todos.

" Portanto, trata-se de dar a criança a possibilidade de desenvolver-se com tranquilidade segundo as leis de sua natureza. Assim ela se fortalecerá e, ficando forte, fará muito mais do que aquilo que ousamos esperar dela...
... A criança quando colocada em um ambiente que lhe dê condições de exercitar as funções essenciais do seu espírito, em concentração, em paz e com liberdade, terá tudo. O resto todo nada mais será além do que consequências.
... Não elaborei nada antes, meu método surgiu com as observações das crianças tendo sua liberdade respeitada, com este `segredo`, as leis foram reveladas."

Usando quase que as mesmas palavras dessa Mestra da Educação, me observo em minhas orações.

Muitas vezes peço para que possamos estar atentos a conseguir seguir o que a natureza nos oferece, não forçando nada, seguindo nossa intuição. Percebendo a natureza, teríamos consciência das leis de nosso espírito, em paz, em liberdade. Não querendo criar nada, quero apenas seguir meu sentimentos, sabendo que desta forma estou escutando as leis de minha alma. Estando em liberdade, o que vier será consequência.

Wednesday, April 02, 2008

Escola para todos


Maria Teresa Mantón defende a inclusão escolar com unhas e dentes. Ela não vê diferença entre o portador de deficiência, o drogado, o violento, o desatento. Ao contrário, ela reforça que aprendemos com a diferença. A escola que ainda não se diz incluída, é porquê ainda não olhou para si mesma. Hoje estamos fugindo da padronização e da homogeneização. O difícil da escola incluída é avaliar o desempenho.

Não tanto para os alunos, mas para pais e professores a inclusão assusta. Nós imaginamos prever comportamentos, respostas e reações; do contrário estamos impedindo novos alunos. Ela extrapola e diz: - Esta minha palestra só serve para quem tem pós-graduação. Quem não tiver não vai entender, ou não pode participar do grupo.

A criança sabe muito, mas pode deixar de saber se nós formos os limitadores de seu saber. As diferenças é que fazem o processo educacional inusitado. A diferença existe. Somos diferentes.

O ensino pode ser coletivo, mas na escola de hoje a aprendizagem é individual. Aprender é um ato de liberdade. O aluno com liberdade aprendem, e a escola é o local que nos dá a chance de qualquer transformação, independente de quaisquer diferenças.

Uma mãe comenta que a escola não está preparada. E eu contesto. Esta frase virou chavão nacional, como se dissesse algo, como se respondesse alguma coisa. Na minha visão estar preparado é ter coragem de abrir a porta. Estar preparado é ter curiosidade de observar, aprender, trocar, experimentar, acolher. É ter aprendizado com as trocas.


Maria Teresa Mantón é autoridade em inclusão escolar no Brasil e esteve no auditório do Menino Jesus falando abertamente sobre o tema: Escola para todos.