Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Saturday, March 31, 2007

Boa vontade


Meus filhos têm em média 15 kilos, eu uns 65 kg. Eles estão cada dia mais pesados e meu corpo físico ainda consegue atendê-los como crianças. Desde que eles eram uns bebês prematurinhos, passando de seus 1,5 kg para o dobro disso, achava que já não poderia com eles. E sempre me questionava: logo não poderei mais com eles, que pesados!


E hoje acho de novo que logo eles estarão grandes e eu já não serei mais tão forte. Eles precisarão me ajudar. Para que me ajudem amanhã, tenho que ensiná-los hoje. Quando vou trocar a roupa, peço ajuda: por favor braços esticados para colocar a blusa. Sei que não é fácil, e também sei que eles não conseguem, mas eu tenho que pedir. Quem vai estar errando sou eu em não pedir que façam. Ao colocar o calção ordeno que seja feita uma ponte (levantar o quadril) para que eu consiga vesti-los. A cada dia recebo uma ponte mais alta, mais firme, mais consciente, de muito boa vontade.


A boa vontade em querer fazer é o primeiro movimento para quaisquer de nossas ações. Na semana passada teve um passeio-estudo da escola para levar meus filhos em um hotel que tinha uma trilha nas pedras. Me surpreendi (sim) quando a professora veio me dizer que era difícil e que ele precisaria de alguém para ficar com ele enquanto a turma fosse fazer as atividades do passeio. Me surpeendi, mais ainda, quando a coordenadora me disse que talvez não tivesse lugar para a cadeira, mas que se encontraria uma forma.


Essa situação acabou comigo, me arruinou por dentro. Eu sei que é difícil, sei que ele precisa de auxílio, sei bem que a responsabilidade cresce e que a insegurança também. Que atitude tomar ?

- Deixa ele em casa, deixa...

- Não! Ele vai pro passeio sim.

Mas, com que responsável ? A insegurança me foi mais forte e foi ele que decidiu o que faria, claro em resposta também a 'minha' insegurança, optou por não ir.


Um dos fatores que provica essa intenção, acaba sendo o peso. Alguém terá que carregá-lo nos lugares onde não passaria a cadeira. Mas eu vejo que é, justamente neste momento difícil que estaremos ensinando a ele o que fazer, como resolver. Para que ele saiba o que fazer, mesmo não tendo aquela condição no momento. Teremos a chance de ensinar. Ensinaremos ele a ter boa vontade para resolver aquela situação, mesmo que difícil.


Estar em sintonia com meu corpo


Esta semana meu filho me pedia para não ir mais a aula. Sempre me preocupo, e não é de hoje, se estamos fazendo 'demais' por eles, ou 'de menos'. Quando ele me falou da sua instisfação logo pensei no nosso trabalho de educação condutiva, achando que poderia estar ficando puxado, ou cansativo. Não era. A insatisfação era com a escola regular que eles acompanham no período da tarde.


A sala dele estava passando por algumas mudanças, inclusive com a saída da professora, e ele estava se sentindo inseguro de estar de novo naquele grupo. Acho maravilhoso a forma como as crianças despertam as suas emoções e percebem as emoções do meio em que estão. Sempre digo que eles são maiores do que o próprio corpo, como se tivessem vários corpos de energia em volta que vão se encontrando com as sensações dos outros corpos. E é assim que eles percebem as diversas sensações que temos, de insegurança, de ansiedade, de repressão, de rebeldia, de bondade, de satisfação, de amor.


Acho que nós adultos emburrecemos com o tempo, vamos perdendo esta qualidade de estar em sintonia com os outros, captando e até transformando as emoções e sensações que percebemos. Acabamos nos preocupando com outras formas de vida e nosso corpo acaba ficando do tamanho que parece ser. E depois acabamos nos espantando com as coincidências, com as surpresas e os caminhos que seguimos.


Hoje tenho plena consciência de que meus filhos precisam da educação condutiva e que ela é a principal atividade da vida deles. Não me importo se eles parem de estudar por três anos, não me importaria se eles estivessem no terceiro ano tendo que estar no sexto. Aprender o conhecimento escolar eles vão, mais cedo ou mais tarde. Aprender a executar os movimentos que lhes faltam para adquirir certa autonomia e qualidade de vida no futuro, é preciso que seja ensinado já. Hoje, amnhã e depois. Todos os dias.


Concentração e atenção


A educação condutiva também trabalha a atenção. Falar a todo momento é uma característica divina, mas é necessário uma concentração na atividade que se realiza. Por muitas vezes já estamos tão automáticos na realização de nossas ações que fazemos ações sem pensar. Mas não é desta forma que aprendemos. Se vamos estudar algo novo precisamos de atenção.


Estar concentrado em uma nova atividade exige esforço e atenção. É preciso estar focado para conseguir. Estamos acostumados muitas vezes a sermos interrompidos dentro de nosso trabalho ou escola. Essa interrupção nos leva a começar de novo. Muitas vezes não nos custa começar de novo, outras vezes exige um esforço ainda maior.


Se visitamos um colégio e entramos em uma sala de aula, digamos no terceiro ano, o professor de matemática não gostará de uma interrupção no meio de uma equação. A equação matemática tem uma lógica, e exige uma atenção do início ao fim do exercício. Se interrompida, necessariamente deveremos começar de novo. Tivemos uma interrupção que nos levou a uma falta de atenção.


Assim também trabalha a condutora, procurando trazer a concentração em cada atividade, cada movimento tem uma ação consciente, mente presente, atenção no que se faz. E se trabalha para que esse tempo de concentração se amplie a cada dia, que se concentre em colocar uma colher na boca, manter o equilíbrio por um tempo, posicionar um pé depois do outro, e até poder realizar uma extensa equação de matemática.


Tuesday, March 27, 2007

Preciso de auxílio: babá, enfermeira, o que mais?


Na Inglaterra existe uma profissão que é o career. Não consigo achar tradução para este profissional e gostaria de encontrar uma. Ele é uma mistura de mãe, pai, babá, técnico de enfermagem, professora, motorista. É o career que leva e busca, que tira a criança do carro, que tira e bota na cadeira, que profissionalmente tem cuidados especiais, onde parar, o que levar, como administrar situações especiais.

Hoje eu preciso de auxílio e digo que preciso de uma babá. Os meus filhos precisam tomar banho, comer e se alimentar. Mas eles também querem brincar de memória, ver dvd de adulto, aprender com novas histórias, pintar e recortar. A babá cuida de bebês.

Hoje eu preciso de auxílio e digo que preciso de uma enfermeira. A enfermeira tem cuidados especiais como tratar, atender, ser gentil e paciente. Meus filhos têm um ritmo, eles querem ir na piscina, ao mesmo tempo escutar música e cantar. Querem ir ver o jogo de futebol e tentar uns chutes, querem também ir na praia ver se a água está gelada e voltar para brincar com a mangueira que está quentinha.

Hoje eu preciso de auxílio e digo que preciso de uma professora. A professora ensina meu filho a usar o banheiro, a não fazer xixi na fralda, a lanchar com os amigos. Ela ensina meus filhos a pintar, ler e escrever. Ela não é só uma professora, ela é motivada e acredita no potencial deles. Ela convida eles pro passeio da escola e encontra uma forma de fazer ele participar.

Hoje eu preciso de auxílio e digo que preciso de um career. Não sei mais.

Hoje eu preciso de auxílio e digo que preciso de uma mãe. É ela que brinca, troca fralda, dá de comer, ensina a fazer xixi no banheiro e a lavar as mãos. É ela que lê histórias, coloca música, canta junto. É ela que leva pra jogar futebol, toma banho de mangueira, dá o banho. A mãe enquanto faz a comida pensa nos deveres que estão pra serem feitos, liga pra avó ajudar a procurar recortes. Ela nunca esquece os remédios e faz a nebulização. Ela sempre encontra uma aventura legal, seja na caverna do depósito, na sombra do gigante, no barco viking. Ela está sempre em busca de encontrar um sorriso em cada rosto. Ela também acorda durante a noite, acalenta um, outro e sai matando mosquitos.

Na Inglaterra ou aqui, com ou sem career, eu preciso sempre de auxílio, não nego. Mas também não quero ser taxada como coitada, azarada, ou sortuda. Digo mais, não sou super - mãe e nem quero ser. Compartilho com a Marina* a seguinte questão:

"... me dá a nítida impressão que das pessoas quererem dizer que por ele ter um filho deficiente ele é legal, apesar de discordarem das idéias como um todo... mais ou menos por aí. Letícia, isso sim me deixa P da vida...a sociedade querer nos engrandecer por tratarmos com naturalidade (e muitas vezes por pura falta de opção) de algo que ela tem dificuldade em lidar... Isso pra mim é puro preconceito!!!! e preconceito velado..."




*A Marina é a dona da Comunidade Paralisia Cerebral no orkut. Uma comunidade muito ativa, consciente e muito produtiva para os pais, amigos, e aqueles que vivem pc. Para ver da onde vem o comentário dela procurar pelo tópico "o grande botão vermelho".


Thursday, March 22, 2007

Hábitos de higiene


Ao descrever a rotina que meus filhos estão vivenciando com a Educação Condutiva, não conseguia inserir na rotina as idas ao banheiro que eles fazem nos intervalos do programa. Inicialmente não tinha me dado conta do aprendizado que se desenvolve nesta ação, entre elas caminhar até o banheiro, sentar-se adequadamente, fazer as necessidades, higienizar-se e voltar a rotina.

Nestas idas ao banheiro também é desenvolvida a maturidade de conhecimento do seu corpo, de suas necessidades fisiológicas e noções de higiene. As idas acertadas ao banheiro são gratificadas com adesivos em um gráfico, que ao final da semana é comparado e avaliado com as semanas anteriores. As idas não acertadas são apenas combinadas de que na próxima oportunidade ela seja realizada com sucesso.

Este feed-back que se realiza em todas as tividades da educação condutiva são muito produtivos e pertinentes ao aprendizado da criança. Quando temos um retorno daquela ação que realizamos, seja ela feita de forma adequada ou não, é importante para a percepção do que foi desejado, realizado e atingido, seja incorporado. Cada momento é avaliado para que se faça cada vez melhor.

Hoje a rotina que eles seguem na escola é:
- Alongamento, realizado com o creme Sage Bath, o mesmo utilizado no Instituto Peto na Hungria
- Programa deitado, dando movimento principalmente as atividades motoras
- Hora do lanche, realizado de forma ativa e participativa
- Programa individual, direcionado para as habilidades de cada criança
- Programa em pé, com a mesma orientação que o deitado mas com foco na postura ed pé
- Programa sentado com (a) orientação no espaço, (b) estimulação oral e linguagem e (c) manipulação


E também...o hábito da higiene, como maturidade e orientação ao uso do banheiro nos intervalos dos programas.

Tuesday, March 20, 2007

História do weblog - blog


Li esta semana uma matéria na Super Interessante falando de como nasceram os blogs. Aprendi e repasso.


Os blogs foram criados em 1997 e começaram a se tornar populares de verdade em 1999 com o surgimento do Blogger. Hoje calculam-se que eles sejam mais de 50 milhões publicando as minhas e as suas opiniões que podem ser lidas por qualquer pessoa do planeta .


Dave Winer, programador do Vale do Silício e colunista da revista Wired, foi o pioneiro no formato do blog, colocando sempre o mais atualizado em primeiro lugar. O também programador John Barger apelidou este formato de weblog, que foi despois encurtado para blog. O nome remete aos daily logs, que são os diários de bordo do capitão em um navio.


Evan Willians foi o cara que criou a ferramenta para deixar o uso do blog bem simples, tanto quanto o uso do e-mail. Ele inventou o Blogger, este software aqui que estamos usando. Como todo esse pessoal de internet, eles não tinham a intenção de revolucionar, mas de organizar a forma de comunicação de sua própria empresa, a Pyra labs.


E a coisa não para por aí, agora as novidades são os podcasts, que são os blogs de áudio. Adam Curry é o criador ou o maior divulgador desta nova tecnologia. Podcast é uma espécie de rádio em que o ouvinte escolhe os programas que quer ouvir. Você ainda não sabe o que é um podcast? Não se preocupe, até há pouco tempo muita gente não sabia o que era um blog.

Bom, quem sabe logo estaremos lançando um podcast de Educação Condutiva.

Curso de Férias - mês de julho


Curso Educação Condutiva - 14 de Julho a 3 de agosto de 2007

Estamos oferecendo um curso de Educação Condutiva voltado para crianças com paralisia cerebral no mês de julho em Florianópolis – SC.


A Educação Condutiva é um método húngaro desenvolvido pelo médico Dr. Andras Peto na década de 40 e busca a integração do corpo físico, social-emocional e cognitivo. A educação condutiva trata o indivíduo como um todo, dentro de uma visão holística.

A Educação Condutiva é apaixonante e vem sendo aplicada em diversos países, entre eles os mais ricos do mundo como Inglaterra, Alemanha, Noruega, Israel, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Japão, México. No Brasil existem algumas iniciativas em São Paulo, Itajaí e Camboriú. É a primeira vez que Florianópolis traz uma condutora – especialista em educação condutiva - para trabalhar em tempo integral e durante um logo período de tempo. Para o curso está prevista a vinda de uma segunda condutora, que dependerá do número de inscrições.

O curso no mês de julho será uma extensão do grupo de alunos Com Amor que são atendidos durante o ano todo, abrindo a oportunidade de aproveitar as férias de julho para socializar ainda mais este método para crianças que possam vir de outras cidades e estados do Brasil.

A forma de trabalho da Educação Condutiva é comparada com o trabalho de uma professora de escola primária, o desenvolvimento da criança se dá em grupo, dentro de uma sala de aula, seguindo uma rotina diária. A rotina adotada vai sofrendo pequenas alterações de acordo com o atingimento das pequenas metas estipuladas para cada criança. Ao mesmo tempo que o trabalho é em grupo, ele é direcionado para as necessidades individuais de cada criança (assim como em uma sala de aula). Os exercícios adotados são movimentos de nosso dia a dia, muito simples e funcionais. A criança é sempre o responsável pelas ações que realiza.

O curso será iniciado no dia 14 de julho com uma palestra sobre Educação Condutiva, destinada a pais, crianças e profissionais interessados. O atendimento das crianças se iniciará no dia 16 de julho até o dia 3 de agosto, de segunda a sexta, das 08:00 as 15:00. Serão abertas inscrições para crianças de 3 a 8 anos. Só será realizado o curso se existirem pelo menos 4 crianças. Os grupos serão formados por até 7 crianças.

A condutora líder é formada pelo Instituto Peto na Hungria, com experiência em desenvolvimento da educação condutiva em países estrangeiros, como Nova Zelândia, Irlanda e Inglaterra. Trabalha há 7 anos com a formação e educação de crianças, é motivada, interessada e muito atenciosa . Atualmente vive no Brasil e é a pioneira e formadora do grupo Com Amor.

Programa Sugerido

14/07- palestra educação condutiva seguida de atendimento individual aos pais
16/07 a 02/08 – atividades para as crianças (7 horas diárias)
08:00 as 13:00 : rotina da educação condutiva, incluindo almoço.
13:00 as 14:00 : estímulo de brincadeiras ativas e direcionadas
14:00 as 15:00 : atividade alternativa (a definir)
03/08 – último dia de curso com passeio estudo

O grupo é formado pela condutora e uma relação de quase um adulto por criança. Por exemplo, se 4 crianças, 3 adultos. Se 5 crianças, 4 adultos.

Serão oferecidas atividades paralelas para pais, responsáveis e convidados,
entre vídeos, palestras, reuniões e passeios turísticos.

Serão realizados descontos se o pagamento for realizado com antecedência. Serão aceitas inscrições até o final do mês de junho. O investimento total é referente a 105 horas aula. Mais informações, sugestões e questionamentos sobre o curso enviar e-mail para
educacaocondutiva@gmail.com , com Leticia ou através de comentários com e-mail neste post.

Friday, March 16, 2007

Eu confio, tu confias.


O aprendizado se desenvolve com confiança.


Se eu acredito no seu potencial, e você percebe que eu acredito, você também terá ainda mais confiança de conquistar seu objetivo. E não é preciso dizer: confiança se sente, se percebe. Ainda mais quando falamos de crianças, elas percebem tudo; os nossos medos, receios, inseguranças. Elas também sentirão a nossa alegria, a nossa força, entusiasmo e confiança. Olhar no fundo dos olhos e esperar uma resposta, demonstrando o que se quer, sem uma palavra dita, já se entende todo um complexo sistema de sincronismo, aceitação, confiança, amor.


É desta forma que a condutora trabalha. É desta forma que ela orienta cada ação, movimento, cada ajuste. Ela define com as crianças um objetivo a ser alcançado e com eles trabalha cada momento até que eles o realizem. Ela confia e passa essa sensação pra eles. E o que ela recebe em troca? A confiança deles. Dar e receber.


Nesse ambiente de confiança que ontem meu filho disse pela primeira vez, com todas as letras a palavra : Amarelo. A situação era para colocar a mão sobre a cor e repetir o nome da cor. Foi uma supresa no momento em que a condutora e sua assistente escutaram com todas a letras o nome da cor dita por ele. Elas me relataram que não era nada que pudesse ser 'parecido com amarelo', 'era amarelo mesmo.'


Ele tem demonstrado cada dia mais interesse em falar. Ele não quer apenas se comunicar, respondendo ordens simples, como sim e não. Ele está tentando me contar situações mais complexas, cheias de significado. Ele tem vontade, está disposto, e acima de tudo confiante.


Filho, eu confio em ti, vamos aprender a falar cada palavra, sem pressa mas com perfeição, para poder discursar bonito, como seu avô.



Wednesday, March 07, 2007

"Você pode, então faça."


Na medida que amadurecemos nossas prioridades na vida vão se transformando, e mudando. Uma pessoa com paralisia cerebral, não é diferente. A educação condutiva proporciona um sistema de aprendizado para a vida toda. Independente da idade, a educação condutiva auxilia no uso intenso das habilidades do indivíduo, tratando de usá-las para melhorar a sua qualidade de vida.


Os condutores têm o conhecimento profundo do entendimento de como a paralisia cerebral afeta o dia a dia de nossas vidas. São eles que encontram as formas de encontrar um caminho para solucionar os problemas encontrados nas situações da vida pessoal, social, ou outras que sejam importantes para cada um.


Ver um grupo de adultos reaprendendo a passar geléia no pão, ou ralar um quejo e amassar uma batata, são algumas das atividades que são executadas de forma rotineira até que se aprenda ou reaprenda a forma de resolver aquela situação.


A educação condutiva proporciona ao indivíduo:
1- Aumento da confiança e consciência de suas próprias habilidades
2- Aumento no nível de independência
3- Melhorias no controle do corpo e nas funções motoras
4- Melhoria na qualidade de vida

A educação condutiva vai além, ela ensina dignidade. É ainda apaixonante a forma do uso de atitudes positivas com que a educação condutiva trabalha e exercita os sentimentos mais profundos que podemos ter. Olhando no fundo dos olhos, confiando e afirmardo na forma de uma ordem: "Você pode, então faça."

Observe. E ame.


O mundo nos passa tão rápido, que pouco percebemos como ele é lindo.

Muitas vezes preenchemos nosso precioso tempo com sentimentos de culpa, comparação, desigualdade. E somos tão displicentes que no momento que vivemos a confiança, a perseverança, a positividade, logo esquecemos.

Quando somos confiantes, somos felizes, quando somos felizes estamos em paz, quando estamos em paz só o que podemos perceber é o amor.

Vamos agir como observadores do mundo, passar a observar em um ritmo mais lento. Na verdade o ritmo natural das coisas.

Vamos procurar perceber que no mar existem peixes, e golfinhos. Mas temos que parar para olhar, perceber, se entregar, confiar.

Vamos olhar para o céu estrelado e observar as estrelas cadentes. Elas estão lá a todo instante, todas as noites. Vamos nos dar este tempo de aceitação, agradecimento.

Onde os pássaros vivem e fazem seus ninhos? Procure nas árvores, entre as folhas, no vai e vém da construção de um ninho. Observe, perceba, sinta.

Se dê esta chance.

Chance de respirar aliviado, observar o movimento natural do mundo, que é muito mais lindo do que nos parece.

Dê esta chance para olhar para a alegria do seu filho, do tamanho do seu amor, da sua dedicação e de sua paixão por este indivíduo que em ti confia, se entrega, te aceita e te ama.

Observe. E ame cada vez mais.

Monday, March 05, 2007

E.C. x terapias x dinheiro x tempo


Sempre estive contente com o trabalho que fiz com meus filhos, todas as terapias, as massagens, as opções alternativas, as mais diferentes experiências.


Eu fui uma incansávell em busca do melhor para os meus filhos. Para que eles se sentissem confortável, contentes, gratificados com o êxito de conseguir. E é neste sorriso lindo de quem com muita dificuldade pronuncia um 'mããe', ou da vivacidade de manter os dois braços esticados e diz 'I know how to do it', mesmo não conseguindo ter a perfeição do movimento.


Depois de tanto procurar me deparei com a educação condutiva que me ensinou, me encaminhou, me preparou para conseguir enxergar meus filhos da forma como eles são, acreditando no potencial que eles têm, exercendo a positividade. E em toda esta busca, hoje eu me sinto confortável. E isto não quer dizer que eu não possa mudar de opinião, porquê eu não tenho nem medo, nem vergonha. Eu mudo de opinião mesmo.


Já fui esta louca incansável que passava as manhãs, as tardes, os fins de semana indo pra lá e pra cá de consultório em consultório, de terapeuta em terapeuta. Nos momentos de 'folga' discutia com meu marido se ainda era pouco o que fazíamos. Graças a Deus sempre conseguimos financiar tudo o que meus filhos precisavam, e temos muito em mente que o finaciamento se dá agora! Guardar para o futuro ? Que futuro os espera, vamos tentar melhorar, consertar, investir já!


Como disse a minha super sogra, mandar filhos aos 15 anos pros Estados Unidos todos querem, mas e se meu filho tem alguma dificuldade, por algum motivo não pode ir sozinho, onde estão os dólares dele? Têm dólares reservados pra ele para que ele usufrua no que for mais produtivo pra ele? O que nos cansa é o gasto de tempo, estas idas e vindas, o vai e vém sem sentido. Nos fatiga, nos dá olheiras de fazer um trabalho automático, só por fazer. Quero fazer algo com propósito e quero estar contente e plenamente satisfeita com o que faço.


Depois que conheci a educação condutiva não consigo me ver sobrevivendo sem tudo isso. Obrigada Dr. Peto. Por ter pensado e desenvolvido este método para os meus filhos. Crianças especiais, com paralisia cerebral, que não tiveram a chance de nascer dentro da naturalidade esperada. Obrigada.


Estamos de pé!


Meus filhos estão se exercitando da forma como eu sempre desejei. De maneira intensa, ativa e com propósito. O horário da educação condutiva é no período da manhã, inicia com uma massagem deliciosa que relaxa os músculos para o 'trabalho pesado'. Depois o programa deitado, de pé estamos e vamos nos sentar, pé firme no chão, mãos na mesa, dobre os joelhos e sentados estamos. Rola, desliza, levante os braços, levante o quadril (olha a ponte!), escorrega, bote os pés no chão, levanta, estica os joelhos, mãos na mesa, segurem-se. Estamos de pé!


Hoje os meninos ganharam muitas estrelinhas de tantos elogios, ficaram de pé sozinhos, os dois! Segurando-se na mesa, de pé, de pé, de pé. Hoje, um mês depois de ter chegado a condutora, com o nosso dia a dia se ajustando para que eles tenham cada vez um melhor desempenho. A professora no contra-turno já me adiantou, ele está muito atento, com o tronco firme e muito interessado. Meu outro filho tem tanto desejo que já não sei se isto me faz bem ou mal :


- Mãe, as outras crianças da sala vão sozinhas ao banheiro fazer xixi. E vão andando.


Eu ensino ele a observar os outros para ver que eles não usam mais fraldas e vejam só no quê ele presta atenção. Claro é isso mesmo, vamos usar nosso cognitivo para fazer nosso cérebro comandar as funções motoras, disse a Dra. Lúcia.


Mais alguns dias e estaremos fazendo nosso primeiro mesersário, os meninos já tiveram mudanças! Essa educação condutiva é mesmo surpreendente. Estou satisfeita. Muito.