Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Monday, March 31, 2008

John, Gracia e eu


Na última sexta-feira recebemos em nosso Grupo de Estudos Com Amor, a pedagoga Gracia Maria Nascimento Corrêa para falar de seu mestrado em Educação, defendido no ano passado na Universidade do Vale do Itajaí. Sob o título de A Educação Condutiva como Possibilidade de Desenvolvimento e Inserção Social, ela investiga os princípios teóricos e metodológicos que norteiam a Educação Condutiva, organizando o primeiro material em língua portuguesa que possa subsidiar o trabalho de pais, professores ou profissionais em educação, implicados com a paralisia cerebral.

Com seus cinquenta e tantos anos, como ela mesmo dizia, se colocou no nível de uma estudante da pré-escola em processo de alfabetização. Escreveu seu mestrado organizando uma bibliografia escassa e de difícil acesso, onde ela foi pessoalmente buscar na Inglaterra, no México e na Hungria.

Nos encantamos com a presença dela, suas percepções e suas palavras. Obrigada Gracia. Entre tantos ensinamentos repito alguns:

"O condutor é o substituto da lesão cerebral. É ele que se coloca entre os neurônios e permite fazer as sinapses."
"A Educação Condutiva com seu pensamento sistêmico, dá valor ao processo, mais do que ao resultado."
"A Educação Condutiva muda a vida da gente. Fiz coisas que não são do meu feitio tímido."

E eu, escutando ela falar, me senti aliviada. Algumas vezes me sentindo ilhada, percebo que não sou só eu que me apaixonei por este método. Aliás, não sou eu. É ele, a Educação Condutiva que vira a cabeça da gente. Como eu, como ela, lembrei de John Lennon, músico, cantor, compositor, escritor e ativista em favor da paz:

"You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one.
I hope some day you will join us. And the world will be as one."


Você pode até dizer que eu sou um sonhador. Mas eu não sou o único.
Espero que um dia você se junte a nós. E o mundo será um só.

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Peto cita Yoga


Lendo o blog de Susie Mallett me surpreendo com a citação de Peto sobre Yoga em uma de suas leituras, The Conductive Soul:

...András Pető wrote about how yoga uses breathing. This section about the breathing is fascinating as to me there always seemed to be more to the breathing programmes in Conductive Education than anyone ever told us...

Não me contive em alegria e coincidências. Quantas vezes tentei descrever a Educação Condutiva usando como exemplo minhas aulas de Yoga. E comentei no blog da Susie:

LeticiaBúrigoTK-1288 said...
Susie, I am not surprising knowing that Peto said some about Yoga. But it is first time i have read it!
I am practicing yoga since a long time and i always can see CE and Yoga connected. Everytime I mention examples using yoga to describe CE. We have a yoga teacher in our group as well. I would like to know more if you have some clues.
Nice work. Leticia 18 MARCH 2008 04:02


A partir deste texto escrevi o Cansaço, citando Yoga. Quem relacionou um ao outro, foi Andrew Sutton, sugerindo mais uma vez minha leitura em seu blog no artigo Rumblings in Blogosphere.

Wednesday, March 26, 2008

80% operacional na água


O inglês Arthur C. Clarke era um visionário. Na década de 40 escreveu um artigo lançando as bases para uma invenção revolucionária: os satélites de comunicação. Tornou-se conhecido aliando o rigor de um estudioso à imaginação em quase uma centena de livros que escreveu, o mais famoso deles em 1968 : 2001 - Uma Odisséia no Espaço.

Desde 1956, Clarke vivia no Sri Lanka onde praticava mergulho. Devido a sequelas de poliomelite usava uma cadeira de rodas e se dizia 80% operacional na água, contra 10% na terra. Faleceu esta semana, aos 90 anos, de insuficiência respiratória.


Da primeira vez que fui a um hotel de luxo com minha família, ficava pensando nas inúmeras atividades que meus filhos poderiam usufruir. Quando fomos fazer uma atividade de aventura em um lugar retirado, as crianças mais uma vez ficaram ali nos observando, curtindo as nossas emoções.

Neste lugar tinha uma outra criança, e ela não estava interessada em aventura. Ela estava pescando. O guia que nos acompanhou disse que ele estava lá a semana toda, chegava cedo para pescar e passava o dia sentado no trapiche com uma varinha nas mãos. Nem sequer viu ou participou das outras atividades que o hotel oferecia.


Tenho amigos que passam a madrugada jogando poker, apenas apertando um botão. Não se levantam para nada.
Outros assistem TV, apertando vários botões sem parar em um só canal, como se não existisse um mundo a sua volta.
À estes pouco importa operacionalidade.

Vamos, como Clarke, buscar dentro das oportunidades que temos, satisfazer nossa operacionalidade. E, raciocinando, certamente encontraremos uma infinidade delas.

Tuesday, March 25, 2008

Cansaço


Descanso quando me exercito? Ou me exercito e assim me canso ?

Me vi questionando sobre cansaço quando a professora de italiano me perguntou: - Yoga relaxa? Atonitamente fiquei sem resposta e não soube responder se quando passo mais de uma hora me alongando, suando, torcendo e exercitando meu corpo, se estou relaxando. Na verdade Yoga me cansa. O que não quer dizer que não me relaxa.

O que é o descanso?

Ficar em casa deitada com o corpo imóvel, lendo ou vendo a tv, deixando que a minha cabeça crie seus próprios roteiros de viagem, de passeios, de situações que tenho vontade em fazer. Por alguns minutos tudo bem, mas e se for uma tarde inteira... Descanso ou me canso?

Estar em uma aula de yoga conhecendo os limites de meu corpo, torcendo cada pedaço de pele e músculo, encontrando o meu silêncio, percebendo as minhas emoções de medo, desafio, competição, prazer, realização. Suando muito, percebendo o meu próprio corpo como se estivesse queimando de tanto estica e puxa. Me canso ou descanso?

Nossos músculos não descansam se estamos imóveis. O descanso não é ficar no ócio. Me canso quando descanso.

Essa energia que faço girar e movimentar meu corpo e que faz meu espírito ficar leve, essa me relaxa. Me cansa e me relaxa.

Não duvido de que quando meus filhos passam a tarde fazendo suas atividades de Educação Condutiva, reconhecendo seus instantes preciosos de concentração, eles estão prazeirosamente cansados. E relaxados.

Monday, March 24, 2008

Coma


Estive lendo sobre o coma, e não deixo de lembrar das palavras de Dr. Veras quando diz que em estado de coma, o que o cérebro precisa são de estímulos.

O ambiente hospitalar ignora esta situação, não podemos tocar ninguém e nem ao menos podemos falar! Ele diz em seu livro sobre como chamar a atenção de um bebê que não responde a estímulos, coloque uma luz tipo holofote em sua frente e deixe-a piscando, em algum momento isto vai perturbá-lo, e quando isto acontecer, seu objetivo foi alcançado.

Pode parecer chocante, mas queremos que nosso cérebro trabalhe sempre, em aulas de idiomas, em exercícios físicos, aprendendo um novo esporte, fazendo palavras cruzadas, decorando telefones, agendas; seja em estado de coma ou em nossa vida diária.

Ninguém sabe ainda o que faz alguém voltar do coma. Revistas científicas seguem publicando exemplos e exemplos de situações que ocorreram. Nenhuma resposta exata, para alguns, coincidências. Para outros, milagres.

Dizem por aí que existe cura para os neurônios `desligados`. São as células-tronco que viriam para substituir os neurônios afetados por alguma lesão cerebral. Também dizem que o ritmo das pesquisas é lento. Lento como em um coma, com esperança de recuperação.


Matéria completa sobre o coma na Revista Super Interessante do mês de março de 2008.

Tuesday, March 18, 2008

Convite: 10 e 11 de abril


Convite

Estamos realizando nos dia 10 e 11 de abril, os dias Festivos do grupo de Educação Condutiva Com Amor - Florianópolis.

Estaremos celebrando 1 ano de projeto com atividades nestes dois dias e você é nosso convidado especial.

Dia 10 será o Open Day, onde estamos abertos para visitas em todo o período da tarde, para que se possa conhecer o trabalho com as crianças, as rotinas e atividades seguidas.

Dia 11 teremos uma palestra aberta com a Condutora Rebecca Featherstone, falando sobre o método e em seguida uma mesa redonda com convidados especiais, para que possamos conversar mais sobre Educação Condutiva.

Data:
10 de abril, quinta-feira: Open Day 14:00h as 17:30h
11 de abril, sexta feira: Palestra e mesa redonda 14:30 as 16:30h

Local:
Com Amor
Rod. SC-401 km
Após viaduto de Jurerê sentido centro-praia, lado direito.

Confirme sua presença por e-mail educacaocondutiva@gmail.com ou por telefone 48 9167-6105.

Venha nos visitar. Faça parte desta história.

Com amor,
Leticia Kuerten

Monday, March 17, 2008

Vocalista do Paralamas


Montessori afirma que na educação infantil o adulto não deve ser um obstáculo para a criança. Sugere que os adultos façam para que a criança imite.

A criança é um observador sagaz, desde bebê está percebendo o novo mundo a sua volta, as novidades, as mudanças. Está construindo seu aprendizado. Quando mais aprendizado adquire, mais tem base para ir formulando as suas próprias idéias e noções de mundo.

Meu filho, um sagaz observador, me abordou um dia desses com uma frase estupenda. Com os olhos arregalados, como quem fosse me contar o segredo de uma descoberta, ele me diz:

- Mãe tu não acreditas! Eu vi o vocalista do Paralamas em pé.

E com o olhar ainda mais furtivo, de quem espera uma resposta mirabolante, fica em pausa esperando meu comentário.

Gostaria eu de responder esta pergunta com o maior estusiamo, invertendo a ordem da vida, dos tempos, das histórias. Fazer que o desastre aéreo de Herbert Vianna tivesse acontecido antes e neste momento ele já estivesse em pé. Contar que aquele clipe que ele vira era antigo, que estava `fora de ordem`, que foi antes do acidente. Não era o que ele estaria esperando ouvir.

Infelizmente com um sorriso maroto na face apenas descrevi o acontecido.

Também sou como meu filho, tentando construir meu mundo em cima de uma verdade que parece ser irrefutável. Verdade às vezes que está por acontecer. Estou sempre procurando uma nova fórmula, uma rua ainda não desvendada, um método com bula. E desta vez me certifiquei que não só da minha, mas também não sai da cabeça deles encontrar estes caminhos.

Wednesday, March 12, 2008

Dr. Med. Karl Otto Barnklau


O grupo de estudos de educação condutiva Com Amor, teve nosso segundo encontro na última sexta-feira, assistimos um vídeo e falamos sobre os serviços do Instituto Peto em Budapeste.

Neste encontro também tiramos algumas dúvidas sobre o assunto da semana anterior, vida de Dr. Andras Peto.

Temos uma amiga condutora que tem pesquisado a vida deste médico e nos informado eventualmente sobre seus achados. Aqui sugere uma publicação, que ela comprou em uma livraria na Alemanha.

"Unfug der Krankheit, Triumph der Heilkunst"
Escrito por Dr. Med. Karl Otto Barnklau

Para mais informações, visite o blog de Susie Mallet.

Monday, March 10, 2008

Acredito da próxima vez



Quando vejo não acredito. Espero sempre que aconteça de novo.

Mesmo assim, algumas vezes não acredito, espero repetir.
Talvez da primeira vez seja somente um aviso, da segunda um alerta e da terceira um testamento.
Algumas vezes preciso esperar anos para que se repita.
Outras vezes fico os mesmos anos visualizando a primeira cena, tentando imaginar se aconteceu mesmo.
Deve não ter acontecido, porque não se repetiu.

Peto dizia que a Educação Condutiva não faz. Mas devolve a criança a vontade de fazer.
Ela faz acontecer.
Peto falava da diferença entre imaginar um movimento e realizar um movimento.
O quê tem ali nesse meio? Nesse espaço?
Ali tem ensino. Aprendizagem. Ali tem Educação Condutiva.

Li o que escreveu Montessori:
"Ainda não vou acreditar. Vou acreditar da próxima vez."

Assim também sou.
Esperando mais uma vez para acreditar.
Mas nesse espaço não fico parada, provoco a aprendizagem, desperto o ensino, acredito na Educação Condutiva.

27 e sono


27 e sono

Fazer tarefa da escola pode parecer simples, mas compreende várias áreas de conhecimento.

Quando peço ao meu filho o que é o número 27, quero saber dele se:

- Ele sabe que o 27 é formado pela unidade 7 e pela dezena 2.
- Se ele sabe identificar quais são os numerais 2 e 7.
- Se ele sabe que quantidade isto representa, para isto tendo de separar a quantia certa de um monte de contas.
- Se ele sabe que este número também significa o número da sala que ele estuda.
- E a professora quer saber se ele sabe escrever, com a mão, o número 2 e o número 7.
- Usando o teclado do computador ele identifica e tecla os números corretos. No entanto o MEC exige que ele use a caligrafia para mostrar que sabe.

E escrever a mão ele não sabe.


Entender porquê meu filho não dormiu bem na noite passada, compreende vários fatores.

Quando quero entender o porquê, preciso saber se:
- Ele está com o nariz entupido.
- Se eles está cansado demais. Ou de menos.
- Se está com fome. Ou com vontade de fazer xixi.
- Se está com frio ou suando.
- Se tem mosquito mordendo.
- Se está preocupado com alguma tarefa, algum evento ou data importante.

O sistema imunológico interfere diretamente no sono de meu filho. Sei quando ele vai gripar, pela noite anterior a gripe. Pode não aparentar nada, mas quando ele dorme muito mal, já no dia seguinte aparece uma dor de garaganta, um nariz escorrendo ou uma indisposição.

Dormir ele ainda não sabe.


Saber matemática me mostra onde meu filho pode sonhar em ser.
Não saber dormir me mostra o quanto ele ainda precisa aprender para sonhar.

Wednesday, March 05, 2008

O que o mundo ganhou


Montessori queria ser engenheira, mas estudou medicina. Nunca quis ser professora porque a educação em seu tempo não respeitava ninguém. Não se podia perguntar, questionar e algumas vezes nem se mexer. Crianças ganhavam castigos, ajoelhavam-se no milho, ganhavam surra e chapéu de burro. Não se compreendia a criança. Ela relutou, mas estudou pra ser professora também.

Ela olhou para a criança. Parou, observou e copiou. Ela deu liberdade para que a criança aprendesse.

O que o mundo ganhou com a vida de Maria Montessori?

1- Uma compreensão melhor da infância. Mostrou que podemos aprender com a criança e não forçá-la a aprender da forma como os adultos pensam.

2- A compreensão de como as crianças aprendem. Dando liberdade para que a criança possa controlar as suas próprias atividades. Definir sozinha com o que quer brincar, ir até lá buscar, guardar no momento que não desejar mais.

3- Jogos educativos, móveis adequados, salas com tinta colorida nas paredes, professores que escutam.


Informações retiradas do livro entitulado Maria Montessori: Personagens que mudaram o mundo. Escrito por Michael Pollard.

Maria Montessori e Andras Peto


Maria Montessori iniciou seus trabalhos com crianças especiais.
Depois de um certo período fez com que elas estivessem aptas a seguir a educação regular.

Peto também.

Maria Montessori desenhou móveis que estivesses aptos para as crianças e também jogos e brinquedos que estimulassem o aprendizado.

Peto também.

Maria Montessori não queria que olhassem para ela, mas para a criança. Para o que ela estava fazendo.
Falavam que quando ela chegava ao local, todas as atenções se voltavam a ela.

Peto também.

Ela não falava de sua vida pessoal. Era solteira e dedicada a sua causa.

Peto também.

Ela teve problemas com a aplicação do método, pois em alguns lugares estavam trabalhando com Montessori sem terem sido treinados para isso. Até criaram brinquedos em seu nome, como se fosse de seu negócio.

Com a Educação Condutiva também.

Ela disse: "Quando apontamos nossa mão para um cachorro, ele não olha para onde estou apontando, mas olha para o movimento de meus dedos e de minha mão. Não me dêem importância. Olhem para a criança."

Assim era Peto quando o chamavam de milagroso: "Não fiz nada. Foi ela mesma. (referindo-se a criança)."

Saturday, March 01, 2008

Konduktív Nevelés


Educação Condutiva

Educação : Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social.
Conduzir: Ir na companhia de, guiando, orientando.

Conductive Education

Conduct: To lead or guide. O maestro de uma orquestra é o conductor, aquele que conduz.
Education: The knowledge or skill obtained or developed by a learning process. Conhecimento adquirido de um processo de aprendizagem.

Konduktív nevelés

Nevelés: Educação. Képzés, tréning são sinônimos.
Konduktív :kondukt, do mesmo sentido de condutor, maestro.


Educação em quaisquer um dos idiomas fala em aprendizado.
Condução já pode ter uma pequena variação de significado.
Tem mais do que apenas a tradução de uma palavra, mas de uma ação. A ação de orientar e deixar realizar.