Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Tuesday, September 20, 2011

Som ao fundo

Eu estou escutando no ipod uma aula de Vedanta e escuto ao fundo o som do ambiente. Mesmo não estando no local, consigo saber onde aquele palestrante está dando suas aulas.

Escuto um som constante, um ruído bruto, que a minha audição já se acostuma. Somente quando são sirenes, gritos e sons mais bruscos que volto a dar atenção para o ruído que está lá se misturando com as palavras consciência, mente, meditação, desejo, dúvida e outros temas citados no diálogo entre Krisna e Arjuna.

O som ao fundo de uma forma ou de outra faz parte do som de minha vida. Ele está sempre presente, na agitação e no silêncio.

Neste caso uma área urbana e o som do movimento dos carros, perto de uma rodovia, fica uma constante, como se eu não o escutasse. Mas ele está lá, presente, dentro da minha cabeça. Ao descansar, desligo tudo, mas ainda continuo escutando o som que vem ao fundo. A tv no vizinho, alguém discutindo alguns andares acima, pessoas conversando na rua.

O som que se mantém constante acaba fazendo parte de mim.

Para os que moram no campo, o silêncio contínuo, som dos animais, dos grilos, das cigarras, dos sapos. É também um ruído permanente, dentro da minha cabeça, moro comigo.

Para os que moram na praia, o som das ondas, vai e vém, vai e vém, sem parar o barulho das ondas quebrando e de uma nova onda se formando. Uma constante que acaba morando dentro de mim.

Este som ao fundo pode determinar alguns gostos. Alguns que amam a cidade grande, outros que se irritam com o som incessante das ondas. Os que se apaixonam ao visitar o litoral, o ouvido esquece momentaneamente o ruído dos carros e o substitui pelo barulho do vento, das árvores balançando, dos pássaros cantando.

Nossas escolhas e determinações de comportamento podem estar nestes pequenos momentos de atenção, não a palavra que escuto, mas o som que vem ao fundo.

Thursday, September 15, 2011

Insegurança

Minha insegurança é tanta que não reconheço meus próprios sentidos.

Não acredito no que estou vendo. Mudo a temperatura do ar condicionado e não vejo que já está no mínimo possível.
Não acredito no que escuto. Acabo de escutar a informação e necessito que algum adulto me confirme, se foi bem isto que ouvi.
Em verdade nem acredito no que eu mesmo falo. Em alguns minutos estou mudando de opinião.

Minha mente vagueia como em um movimento de liquidificador, ora para cima, para baixo, para os lados, em outras dimensões. Não sei bem pra onde, sei que me agito de forma inconsciente.

Se não tenho alguém que faça por mim, que me faça ver o que já vi, que me faça escutar o que já escutei, eu não acredito. Acredito no adulto ao meu lado e não confio em mim mesmo, tamanha a minha insegurança.

Meus sentidos estão minimizados, contraídos, como se quisessem se esconder. E alguns segundos após, estão todos expostos, brigando, chorando, gritando, escancarando aquilo que está contido. Também de forma desorganizada, uma explosão de emoções, que se acalmam somente quando um adulto me encoraja, me abraça, me sustenta.

Seguimos juntos em busca da maturidade da mente.

Visão 'onde'

Susan Berry é professora de neurobiologia nos Estados Unidos, e desde que nasceu não conseguia ver o mundo como os outros devido a uma dificuldade motora em seus olhos. Depois de estudar e praticar técnicas de optometria, aos 48 anos ela voltou a ter uma visão como a de todos nós. Mesmo os médicos dizendo que somente na primeira infância era possível estimular o cérebro para novas funções, revelando a capacidade do cérebro para mudanças em qualquer idade.

Neste mês meu filho passou a usar lentes prismáticas e sim, melhorou a sua postura, o seu olhar e sua atenção. Recebe com estes óculos, novos estímulos visuais para seu cérebro, percebe novos movimentos, novas dimensões, uma amplitude maior da visão. Apenas qualquer um de nós provando as lentes e já percebemos o efeito que traz.

Obrigada a Juliana, optometrista da Fundação Catarinense de Educação Especial que me mostrou esta ciência e a Dra. Pillar, que me apresentou a visão ' aonde', uma 'nova' região do cérebro que estimula a visão, em vez somente da visão 'o quê'.

Para saber mais, Susan Berry e optometria comportamental.

Tuesday, September 13, 2011

E como eu ajo?

Levo meu filho ao aniversário de um amigo, ele não quer ir. Resmunga que não e não.
- Mas ele é tão teu amigo filho - insisto.

Mesmo assim o levo, sei que ele vai gostar! Chegando na festa, a cena teatral. Um choro incansável, um grito. Afinal meu filho tem 9 anos e o choro dele é mesmo intenso. Ele não fala, mas se comunica muito bem. Passados alguns minutos e ter chamado atenção de toda a festa, ele se entrega, não chora mais, brinca, sorri, come, se diverte.

Eu sabia que ele ia gostar! Será ? Era isso mesmo que ele queria?

No fim de semana decidimos ir todos ao estádio, a mesma cena, o mesmo choro. Uma indignação da parte dele. Eu imploro:
- Estamos em família, todos juntos faremos o mesmo programa. Temos que ficar. Você vai gostar, é mais legal do que ver na tv.
Ele se nega, diz não insistentemente. Cedo e vamos embora aos 15 minutos do primeiro tempo.

No carro, o sermão. Temos que conversar, não fazer cara feia, nada de choro. Não é legal assim, vamos cooperar, todos juntos. Mais e mais sermão.

E a noite fico eu refletindo como posso melhorar o comportamento dele, como posso me fazer entender com o vocabulário que ele tem, que melhor comunicação eu poderia encontrar. E me vejo. Me enxergo.

E eu? Como faço quando vou forçada a algum lugar que não quero ir de forma alguma? Respondo da mesma forma. Fico brava, mau humorada, não consigo fazer frases longas, não consigo nem conversar, minha mente fica em brasa, enraivecida. Qualquer um que seja o causador desta visita vai me fazer explodir, seja com uma frase feia ou com um momento de ignorar a quem não precisa ser ignorado. Não consigo digerir aquele momento, nem depois que ele termina.

Também choro forte, mesmo que internamente. Também faço teatro, já que ajo de forma desconcertada. E então percebo que todo aquele comportamento que eu quero 'consertar' não é nada diferente do meu, ou do que qualquer um de nós vivenciamos. Ele é natural.

Thursday, September 08, 2011

Higiene Pessoal

Hora de ir ao banheiro.

Levantamos da cadeira, saimos caminhando até o vaso, sentamos, contamos com calma até seis e esperamos pelo xixi. Se sai muito rapidinho, muito pouquinho, esperamos um pouco mais e mais umas gotinhas saem. Fazemos isto desde que iniciamos a Educação Condutiva, mas é neste semestre que meu filho tem acertado com uma frequência muito maior sua higiene pessoal.

Erramos é verdade, mas muito mais por eu não compreênde-lo quando me pede, do que ele de forma arbitrária. Em nosso dia a dia ele sabe esperar a vez. A não ser quando alguma emoção está envolvida: uma comemoração, uma chegada, um evento, uma surpresa, um susto.

E faz mais: ao sair do vaso, se segura em pé, parado, por alguns segundos até eu colocar a cueca e a calça. A verdade é que eu o assisto, o seguro. Mas ainda assim ele faz tudo certinho, como se fizesse sozinho.

E a grande verdade é que sim, esperamos que ele possa um dia fazer tudo sozinho. Como fazer, os passos a seguir, isso ele já sabe. Isso é educação condutiva.

Mapa Condutiva


Aqui, ali, lá. 'Quase' em todo lugar.

Centros de Educação Condutiva estão pintados de vermelho neste mapa feito pela condutora Anna Szabo para nosso evento do início do ano.

Se Andras Peto visse assim, iria se emocionar. Certamente.

Thursday, September 01, 2011

BBC presents Florianopolis

Para os leitores de outros países, deixo aqui um cartão de visitas de nossa cidade - Florianópolis - registrado pela BBC, na Inglaterra.

The nature of its island beauty has been compared to Hawaii, its nightlife to Ibiza's and its jet-set appeal to that of St Tropez. Newsweek described it as one of the top 10 most dynamic cities in the world - but it is not yet a household name. Tayfun King visited Florianopolis in the south of Brazil to find out more.

Matéria exibida em maio deste ano. Assista o vídeo.