E como eu ajo?
Levo meu filho ao aniversário de um amigo, ele não quer ir. Resmunga que não e não.
- Mas ele é tão teu amigo filho - insisto.
Eu sabia que ele ia gostar! Será ? Era isso mesmo que ele queria?
No fim de semana decidimos ir todos ao estádio, a mesma cena, o mesmo choro. Uma indignação da parte dele. Eu imploro:
- Estamos em família, todos juntos faremos o mesmo programa. Temos que ficar. Você vai gostar, é mais legal do que ver na tv.
Ele se nega, diz não insistentemente. Cedo e vamos embora aos 15 minutos do primeiro tempo.
No carro, o sermão. Temos que conversar, não fazer cara feia, nada de choro. Não é legal assim, vamos cooperar, todos juntos. Mais e mais sermão.
E a noite fico eu refletindo como posso melhorar o comportamento dele, como posso me fazer entender com o vocabulário que ele tem, que melhor comunicação eu poderia encontrar. E me vejo. Me enxergo.
E eu? Como faço quando vou forçada a algum lugar que não quero ir de forma alguma? Respondo da mesma forma. Fico brava, mau humorada, não consigo fazer frases longas, não consigo nem conversar, minha mente fica em brasa, enraivecida. Qualquer um que seja o causador desta visita vai me fazer explodir, seja com uma frase feia ou com um momento de ignorar a quem não precisa ser ignorado. Não consigo digerir aquele momento, nem depois que ele termina.
Também choro forte, mesmo que internamente. Também faço teatro, já que ajo de forma desconcertada. E então percebo que todo aquele comportamento que eu quero 'consertar' não é nada diferente do meu, ou do que qualquer um de nós vivenciamos. Ele é natural.
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