Apenas a mudança é uma constante
Enquanto o vento sopra varrendo pensamentos e sentimentos, apenas ficam estáveis as árvores mais fortes. As folhas violentamente se debatem procurando se desfazer daquela sensação, procuram a mudança de posição, mesmo que pela força sejam arrancadas. No chão, um vai e vém estranho, as pequenas folhas desordenadamente não encontram seu caminho, e rodopiam alopradamente em ciclos como que angustiadamente esperassem por uma mudança, o vento cessar.
É possível perceber que até os mais firmes balançam, se desnorteiam e mudam. O sopro ainda mais forte parece ditatoramente estar mostrando sua superioridade, indicando sem escolhas a direção a ser seguida. Os indecisos se determinam pela opção indicada, e os decididos são transtornadamente afetados pela ordem não escolhida.
E o vento continua soprando incessantemente como que se quisesse deixar um recado, verdadeiramente provocar uma mudança. O corpo resfria, o cérebro instável, a respiração descoordenada, a mente perturbada. Toda uma reação inconsciente gerada por um corpo que busca a estabilidade. Uma estabilidade que incoerentemente só será construída pela mudança.
Difícil de aceitar, que apenas a mudança é uma constante.