Nicolelis Florianópolis
Foi na semana passada que tive a oportunidade de escutar as palavras quase que mágicas do Sr. Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro, responsável pelo Laboratório de Neurofisiologia da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.
Formado em medicina pela USP e com doutorado na mesma universidade, foi lá que começou a estudar população de neurônios, termo citado em 1949 pelo psicólogo Donald O. Hebb, em The Organization of Behaviour. Em busca da resposta para a pergunta: Qual é o código neural responsável por determinada ação? E a resposta vêm não por uma célula, mas uma população delas.
Mais de meio século depois Dr. Nicolelis pôs esta teoria a prova.
Em março de 2003 ele faz a macaca Aurora mover um joystick jogando um videogame, em seguida ela joga o mesmo jogo usando os movimentos já aprendidos em sua mente, sem mexer os braços; e em um terceiro momento Aurora joga o mesmo videogame movendo um terceiro braço, o mecânico, e usa seus próprios braços para fazer outras funções, como coçar a cabeça. (uau!)
Esta macaca liberta a intenção do movimento do corpo que a abriga e usa o pensamento motor para descobrir como usar seu cérebro para jogar o videogame. E ainda incorpora ao seu corpo, reconhecendo como seu, o novo objeto (braço robótico).
Foi este médico brasileiro, que fez o primeiro registro, e mostra em sua palestra as áreas modificadas no cérebro, a transformação de um estímulo visual em uma função motora, por 10 segundos. Ele faz o primata mover o braço no sentido correto para executar uma ação.
A reorganização plástica do cérebro, faz aquele robô ser eu. (uau!)
Eu não sabia mais do que me maravilhar, de em tão pouco tempo, ter escutado notícias tão animadoras, coerentes e conscientes de seu próprio criador, um cientista brasileiro. Ele finaliza exemplificando experimentos com pacientes com Parkinson, no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Apenas 4 anos após ser ciência em laboratório, a teoria vira prática com muito mais precisão e tecnologia, melhorando a qualidade de vida de pessoas com cérebro lesionado. (uau!)
Próximo passo do pesquisador é desenvolver uma veste robótica que possa ser controlada pelo cérebro para executar as intenções de movimento do indivíduo. Boa sorte Dr. Nicolelis, estamos aqui para desfrutar!
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