Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Monday, April 23, 2007

Com a palavra: a condutora


Não é a primeira vez que uma visita elogia o tom de voz da condutora. Ela é firme, dá confiança e acredita no potencial de meus filhos. Ela é minuciosa, não deixa passar um deslize.

Comentou comigo que não é fácil deixar as crianças em pé, e que normalmente nós acabamos por dar suporte a elas:
- Suporte? Pra que serve meu trabalho então ?
Ela estufa o peito e diz que está aqui para ensinar as crianças a executar as atividades por elas mesmas, e se ela deixar alguém ajudar eles a fazerem os movimentos, então pra que serve o esforço ? Agora ela ordena que suas auxiliares façam eles ficarem de pé somente se elas estiverem ajoelhadas, assim ela impede que as crianças sejam ajudadas, ou que tenham o menor auxílio possível.

Ela não cansa de ensinar a todo momento, para que não alimentemos as crianças e sim que deixemos permitir que elas tenham o desejo de comerem sozinhas. Que tenham a intenção do movimento. Muitas vezes ela é durona e não deixa o meu filho comer até que ele agradeça pelo lanche. E ele espera, não come, faz cara de choro e por fim, agradece e come.

Ela me comenta:
- Eu sei que eles podem Leticia, por isso eu insisto, sou durona, malvada e ríspida. Eu acredito no potencial deles e vou fazer com que eles consigam.

Ela me disse que durante sua formação na Hungria, esqueceu quantas vezes foi pra casa chorando, de tanta crítica que recebeu. Me lembrou que um dia estava com uma criança e a condutora líder disse: - Seu pescoço está demonstrando tensão, você não está confiante do que está fazendo e não está permitindo que a criança faça. Termine esta atividade e volte amanhã.

Se nós achamos que os ingleses são ríspidos e firmes, é porquê não conhecíamos as húngaras. Foi assim na Inglaterra, com todas as condutoras que conhecemos. Elas são muito amáveis, mas muito conscientes de seu trabalho em conduzir. As condutoras na Inglaterra eram quase todas húngaras.

Logo que ela chegou aqui em Florianópolis e começamos o Projeto Com Amor, as duas assistentes perguntaram qual era o horário do lanche delas. E ela me disse:
- Eu não como, não bebo nada e não vou ao banheiro. Chego pronta para o meu trabalho. E espero que elas façam o mesmo.

E assim estamos, a cada dia, recebendo elogios do trabalho que estamos realizando. Agora sendo testado e avaliado por interessados que nos visitam regularmente, sempre sugerindo, criticando e elogiando. Obrigada.

Que pressa que eu tenho...


Que pressa que eu tenho pra vida passar.

Me levanto tão rápido que às vezes fico até tonta, me visto que nem me olho no espelho, o cabelo eu só amarro num coque e já fui. Nesse meio tempo já tirei as crianças da cama, dei uma atividade pra eles e fui fazer o café. Enquanto o leite esquenta levo eles pra fazer xixi. Pronto. A casa acordou e dá tempo de eu ir tomar o meu café. Ao mesmo tempo que como, lembro das atividades do dia, do que eu não posso esquecer de levar. Sou interrompida várias vezes nesse raciocínio ordenado, tenho que cantar o hino nacional, fazer um pãozinho com mel, dar um colinho.

Que pressa que eu tenho pra fazer a vida passar ? Pressa nenhuma.

Na hora de tirar as crianças da cama eu queria fazer todos os dias assim:
- Vamos rolar até ficar de barriga pra baixo, e depois eu me empurro me empurro até colocar os pés no chão. Estou de pé.
- Caminhamos até o banheiro e esperamos a vez do xixi, enquanto comentamos sobre os nossos sonhos da noite. Vem xixi, vem xixi.
- Vamos colocar a roupa, primeiro escolher a cor da blusa (não tem regata purple mãe ?) e então estica o braço e me ajuda a vestir. Para a cueca e a bermuda quero ver a ponte. Í essa ponte só passa formiga, como vai passar o navio ?
- Hora de comer! Pãozinho na mão e me ajuda a tomar o leite. Quem vai escovar os dentes sozinho?

E então já escuto a minha pequena gritar : - Hora de ir pro carroooo. Ainda não são oito horas da manhã. Cantando nosso mantra de tranformação (om nama shivaya shivaya nama om) seguimos para comungar com esse lindo dia, inciar com a educação condutiva.

Não todos, mas alguns de nossos dias são assim. Queria ser mais tolerante e menos ansiosa, para poder gerenciar todas as pequenas atividades com muito tempo, e sem pressa.

É nessa pressa que perdemos os mais preciosos detalhes, é na atenção em cada movimento que meus filhos estão aprendendo, cada dia um pouquinho. Fazendo por eles mesmos, desde que eu permita que eles façam, que eles aprendam.

Thursday, April 19, 2007

Metade


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito, a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada mesmo que distante
Porque metade de mim é partida, a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço, a outra metade é o que calo.

Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso, a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso que me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo, a outra metade é cansaço.

Que a arte me aponte uma resposta mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar, pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia a outra metade é canção.

Que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor
e a outra metade também


Esta música reflete muitos momentos de nossa vida e aqui publico para não esquecermos de que não importa que metade somos, estamos ou vivemos; somos sempre repletos e completos de amor.

Música Metade de Oswaldo Montenegro, letra retirada do site http://www.oswaldomontenegro.com.br/laovivo.html

Wednesday, April 18, 2007

Curso-Encontro mês de julho


Menos de um mês depois de anunciar nosso encontro abrindo oportunidade para experimentar a educação condutiva com crianças pc no mês de julho, estamos apenas com uma vaga disponível. Fico muito realizada de poder compartilhar o excelente trabalho que a condutora Bárbara vem realizando com meus filhos. Àqueles que tem vontade de participar, entrem em contato, e para aqueles que já estão participando fiquem certos que o desenvolvimento deles será observado neste período e continuará refletido em no nosso dia-a-dia.

Aqui deixo para que visitem um link de um vídeo sobre uma Escola de Educação Condutiva nos EUA, que uma amiga me enviou. Esta escola fala da sua rotina diária e ressalta os cursos intensivos que eles realizam temporariamente. Estamos procurando desenvolver um vídeo de nosso trabalho, e assim que tiver disponível aqui publico.

Saturday, April 14, 2007

Article in english


Publico aqui a versão em inglês do artigo que será publicado no jornal Recent Advances in Conductive Education, ainda neste trimestre, na Inglaterra. Para ler em português, clicar aqui.

Hungary, México, England and Brazil: Our family’s experience of Conductive Education.

Conductive Education is a holistic approach to dealing with cerebral palsy, which treats the individual as the sum total of his or her physique, cognitive ability and social relationships. There is no cure for cerebral palsy, nor is there any treatment. After the causal injury, the situation is static and there is no change over time. Conductive Education teaches the body to work functionally, irrespective of its condition, in an attempt to improve the individual’s quality of life

This article tells the story of our family’s first experience of Conductive Education, starting in early 2005 when we planned a trip to Hungary, then to a short time spent in México in July of that year, and finally to our time in England where we spent the following year. I describe how my children evolved during this period, and also what we as parents learned and the plans we now have to introduce the concept of Conductive Education in our own country, Brazil.

Hearing about Conductive Education
The first we heard about Conductive Education was on a Brazilian TV programme. It described a method developed in Hungary especially for children with cerebral palsy, which advocated a way of life that promoted independence of the individual. The TV report, broadcast in early 2005 was short but managed to outline the method of treatment and its benefits. This rapid glimpse was enough to stimulate our interest in finding out more about the Hungarian method.

We have twins with cerebral palsy, the result of an infection during my pregnancy and their premature birth at 28 weeks. We have closely followed our children’s development and are always in search of new stimuli that may provide their brains with neuronal plasticity, in order that they may enjoy a better quality of life.

Since their birth, we have subjected them to a variety of therapies, each one focussing on a different part of the body. Over the years they have been through, at one time or another, motor physiotherapy, speech therapy, visual stimulation, occupational therapy, hydrotherapy and equotherapy. The treatment has always been individual and carried out by specialists, each of whom worked on improving the condition of a specific part of the body

After subjecting our twins to all these therapies, we came to learn more about our own bodies. We have come to appreciate that our bodies need stretching exercises, the importance of movement and weight transfer etc, but deep inside we kept asking ourselves the same question: when are we going to make our children realise that all these movements need to be functional in order to achieve a goal ? We knew we needed to experiment with something new and that is how Conductive Education came into our lives: a new methodology which we wanted to learn more about to see if practice matched theory.

We sought more information on the internet and discovered that most sites were written in either English or Hungarian. We attempted to read the theory but could not understand how it worked in practice. Everything we read made perfect sense and tied in with our own ideas about what our children really needed. In fact, it led us to question the inumerous therapies they had been through over the years.


The Mexican Experience
We were keen to visit either England or Hungary but by chance we came across a school of Conductive Education in México. We were living in Florianópolis at the time, an island in the south of Brazil and considering how far we were from Europe, we felt such a huge and risky journey would cause problems in terms of the children’s adaptation to a new language. The school in México was offering a 4-week summer course in July 2005. In less than a month our family was in the town of Jiutepec, México to learn about Conductive Education (1).

During this first experience we learned about defining objectives, purposeful movement and how the ideas and format of the methodology relate to the children.

Conductive Education taught us to see our children as they really are, independent of what they have been through; we could see them in the present, and set tasks for their future. Conductive Education respects one’s current situation and believes in one’s potential.

My children had just turned three years old and after the one-month experience in México, we realised they were working with the conscience of an adult, with responsibility, with a set of goals, and able to appreciate what they had achieved.

Whist at the school in México we had the opportunity to watch some videos about the history of Conductive Education and its creator, Andras Peto. The more we learned, the more we realised we were on the right track. It was as if everything was new and was moulding our reality, setting out before us what we had always been looking for.

Of all our experience up to that point, what most motivated us was listening to the words of the founder of the Mexican school talking about the development of her own daughter, all the searching she had done, until she found Conductive Education. They could have been my own words.

Investing in The Future: England
It was the end of 2005 and we made the decision to invest a period of our lives in the development of our children at a Conductive Education school in Birmingham, England. At that time most of the information we had about Conductive Education had come from the internet site of the National Institute of Conductive Education – more than from anywhere else. (2). So we started to correspond with the administrative department of the school, informing them of our case history and working on a new life project. It was definitely a high-risk investment.

An investment that would take up all our time, that would not allow us to have jobs, that would separate us from our family and friends and most of all, that would cost us a great deal of money. We decided to take the plunge, of course, investing in the present so that our children might have a better future, instead of saving the capital so that the children would be able to use it themselves in the future. We followed the old addage: “Prepare your children for the future and not the future for your children”
Before the trip many doubts and anxieties passed through our minds. The unknown and the feeling of change appear on the one hand to unsteady us, but on the other hand serve to reinforce the desire to integrate into new cultures, to learn new languages and to resolve problems encountered along the way. It is living at the limit that gives us the clarity of ideas to be able to resolve whatever situation we face. It was in this frame of mind that, six months later, we found ourselves in Birmingham, UK. It was 1st January 2006.

So many new ideas confusing our thoughts; a new place to live, the school, culture shock, our very limited knowledge of English. If this was how we felt as adults, imagine how our children must have felt, suddenly flown away to a land where the temperature was barely above freezing, there were no leaves on the trees and there was snow on the ground. Add to this the stress of a first day at a new school, in a new environment, amongst students and teachers babbling away in a language they could not understand.

To our surprise, we actually adapted to our new life more quickly than we expected. Our experience in México was still very much alive inside us. Our children recognised the school furniture, the teaching programme, the musicality of instructions and the pace of the daily routine. It seemed they knew exactly what was going on but with people and a language they could not relate to. It was as if they had been there before.

Within a week they knew they wanted to stay at the school and after two weeks they were able to keep up with the group. Even their English started to show signs of development, as they began to say “bye-bye” when they left each day.

We realised that because Conductive Education is a group process, their learning developed through observing their classmates, even though their knowledge of English was still limited.

As they watched the group in action, our children were able to link the spoken instructions to subsequent activities carried out. After a month they had expanded their English vocabulary as well as being able to count to ten. After three months they had totally adjusted and had won the trust of their colleagues and teachers to be able to speak with the microphone, say their name and even express sadness at not seeing their classmates who had missed class that day.


Summer Course in Budapest
We were feeling comfortable and happy with our life. We realised that three months at the school was enough time for our children to become totally adjusted to the country, the methodology and the school routine. It was, however, too short a time to see any long-lasting results for their development.

Our original idea had been to get some experience of Conductive Education in England for three months and then decide whether to continue with a further three months in England or go to the Peto Institute in Budapest (3). Not to go to Hungary seemed an insane idea – after all, we were so close to the very cradle of Conductive Education.

Then we had our first meeting with Andrew Sutton, founder and counsellor of the Birmingham Institute and Wendy Baker, the children’s educational director. We discussed the experience we were having, our plans, our satisfaction with the school, the high degree of professionalism of the teachers and the success the children were having with their school tasks.

This was also the time to make plans for the following term and prepare ourselves to go to Budapest for the Summer School there, which was scheduled for August 2006. As our conversation developed, we asked Andrew Sutton about the Peto Institute and our plans to include a visit there as part of our trip, in the hope that we would learn more about Conductive Education.

Andrew answered us with the following analogy:look at the telephone, we don’t know where it was invented or why it was invented; we know that it is useful, functional and exists the world over. Conductive Education is the same thing – wherever we are, it will be useful and it will be adapted to local circumstances, be they of the country, the school, the group. It’s not necessary to go to Hungary to discover what Conductive Education is, it is a global phenomenon and can be experienced anywhere.

Considering how happy we were with the Birmingham school, we decided not to interrupt our children’s development there and gave up on the idea of going to the Peto Institute for the time being. From one moment to the next, something that had seemed so urgent to us no longer appeared so necessary.

One Year Later
We are about to end the year at the school in Birmingham and it is with great pride that we can evaluate the progress our children have made. All the investment that we have made is tatooed for ever on the experience we have had, on what we have learned and what we have acquired. Our children have acquired social maturity, the ability to work in a group with colleagues and teachers through sharing activities and experiences. They have learned how to observe their emotions and assess their behaviour.

The daily routine at the children’s school consists of 3 hours of activities per day, five days a week. Our childen were in the pré-school group and were learned everyday tasks such as changing their clothes, going to the toilet, getting up, rolling over, crouching and handling objects, toys and food. They also ate, drew, painted,, and pasted during their activities. It was a mix of social, motor and cognitive abilities.

With regard to their motor skills they became able to remain seated without assistance for a certain time and were able to crouch and squat with assistance. Their standing position and walking posture was improved. They became able to roll over on purpose. Their ability to use their arms to perform functions such a seating, brushing their teeth and playing was also significantly developed. The ability to control their urine and faeces continues to improve and accidents now rarely occur.

Their cognitive development and language learning appear to be progressing without difficulty. Their answers and responses to instructions in English were quickly mastered.

After a year it seems we have found harmony in the group, the concentration during the activities and the enthusiasm to continue to discover new ways to develop. There is no doubt that we have totally fallen in love with Conductive Education.

Conclusion
Although we have now been in the United Kingdom for almost a year, we still exploit the experience intensely. We are highly focussed on the children’s work, regularly observing their progress in class with the guidance of their teachers, learning about and noticing the differences in their development.

Conductive Education affects the entire family. In our home life we have learned to give the children more opportunities to do things for themselves. At meal times we help and encourage them to eat and and drink independently and to go to the toilet on their own. We encourage them to get up by themselves, with help only if necessary, and when they are playing or watching TV we get them to sit and stand on their own. Our experience at the Birmingham school has been highly productive for the whole family.

We have also managed to regualarly visit the school library, to study the history of Conductive Education and how it has developed over the years. At the library we broadened our own knowledge and became more and more interested in the field itself and in our family’s own journey.

Our friends and relatives back in Brazil became increasingly curious about what we were doing with our children and what results we were getting after such a major move. They also wanted to know more about Conductive Education.

At this point we decided to share our studies and experiences, which up to then had been kept private, and so we started to put things on the internet in Portuguese. We saw this as a way of awareness-raising and passing on our knowledge about the method in Brazil. We now have a blog –“Conductive Education – with love” (4)

The next step
Being aware of the need to continue our work, we have decided to set up a project in Brazil. Our plan is to start with a group of pre-school children and work with Conductive Education, also involving our own children. There are many obstacles to overcome, but we already have premises, equipment and a very enthusisatic teacher to get things started.

So now we are about to embark on another venture, to introduce the concept of Conductive Education in Florianópolis and surrounding region, to show how our own children have developed under this method and to set up a new group who will have the chance to experience the same process. The excellent quality of life and the low cost of living in our country opens doors for qualified professionals in this field to take on a new challenge.

The project will begin in February 2007 and with the energy and enthusiasm that we have acquired over these past few years, we hope we can keep interest high for a good time to come. This motivation and our plans for a pilot project bode well for a promising future.

References
(1) Website Escuela Connosotros, México –
http://www.morelosweb.com/connosotros/

(2) Website National Institute of Conductive Education, England –
http://www.conductive-education.org.uk/

(3) Website Peto Institute, Hungary –
http://www.peto.hu/

(4) Website Blog Educação Condutiva- Com Amor, Brasil –
http://educacaocondutiva.blogspot.com/


Leticia Búrigo Tomelin Kuerten
leticiabtk@hotmail.com
Birmingham, November 2006

Wednesday, April 11, 2007

Não consigo


Em nosso dia a dia ensino tudo o que posso, dentro e fora das limitações de meus filhos. Às vezes me sinto desconfortável por passar-lhes tanta confiança, mas tomei como propósito deixar que o destino decida se vai lhes dar ou não as possibilidades que eles desejam. Tento mostrar que é possível e deixo a eles avaliar o quão possível cada situação pode ser.

Na condição e maturidade que eles se encontram hoje, unindo com o aprendizado que eles têm nesta idade, às vezes a situação fica ainda mais confusa. Eles ganharam um dvd do Bebê Mais de presente e oportunizei para que eles me dissessem qual o título daquele dvd, uma vez que temos alguns da série. Um de meus filhos tentou e até soltou a primeira letra 'C', do dvd Casa, mas logo se frustrou e começou a gritar: - Eu não consigo! E imediatamente chamou a minha filha para perto dele pedindo que ela lesse pra ele o que estava escrito no dvd. Ela, a solucionadora de todas as dificuldades dele, tem 2 anos.

Tive que explicar que com 2 anos ninguém sabe ler. Acontece que ele generalizou o conceito: eu não consigo muitas coisas que ela consegue. Então ela sabe ler. (Lembro aqui de minhas aulas de Prolog.)

Assim também foi com a retirada das fraldas. Eu levava eles periodicamente no banheiro para que eles sentissem vontade de fazer xixi. E um dia ele me disse baixinho: - Mãe, mas eu não consigo. Ele na verdade não estava com vontade, e generalizou para o eu não consigo. Até que um dia ele me disse que não precisava leva-lo a todo momento no banheiro: - Eu vou avisar quando tiver vontade.

Não consigo, não posso, não aprendi, não tive oportunidade, não entendi, não quero, não desejo, não tenho vontade, não sei. Às vezes parece tudo igual, mas temos que ensinar, explicar e exemplificar cada um. E mais do que isso, acreditar nos nossos sonhos.

Monday, April 09, 2007

Em busca de luz


Hoje o jardineiro veio trocar umas plantas de um pequeno jardim que tenho dentro de casa. Elas estavam tão altas, que já não víamos as folhas, mas somente os caules. A nossa intenção era integrar as plantas com a casa e mostrar a árvore completa: raiz, caule e folhas. Elas estavam também retirando a luz do ambiente, onde era claro, agora as folhas da árvore fechavam o nosso pequeno 'céu'. Questionei então sobre que outra qualidade de planta poderíamos colocar ali, e ele me respondeu que aquelas plantas eram as mais adequadas para este ambiente. Poderíamos plantá-las de novo, já que elas demoram cerca de 5 a 6 anos para ficarem daquele tamanho.

Eu comentei com o jardineiro que não fazem nem 3 anos que elas estão ali, e que cresceram muito mesmo nesse tempo. Ele me comentou que elas estavam assim tão compridas porque estavam procurando luz. Então concluímos que se colocássemos a mesma planta ali, ela se comportaria da mesma forma. Cresceria muito rápido, ficaria muito alta, porque precisaria ir em busca da luz. E não só esta qualidade de planta, qualquer uma.

Pra mim esta situação foi um grande ensinamento. Dentro da oportunidade que surgiu, a planta cresceu. Se não estivesse neste espaço que ela está, demoraria o dobro de tempo para ficar assim alta. Mas ela tinha que ir em busca do que era melhor pra ela, ali naquele ambiente, para que ela ficasse mais forte, bonita e saudável.

As oportunidades de nossa vida temos que aproveitar, para crescer ainda mais. Para meus filhos procuro oferecer as oportunidades que lhes faltam, agora. Oportunidades que permitam um crescimento ainda maior, melhor e ainda mais rápido. A natureza comprova.

Wednesday, April 04, 2007

Programa de Respiração


Meu filho tem dormido muito bem.

Desde que nasceu que ele não tinha um sono profundo e gostoso. Foram várias tentativas com diferentes medicações, terapias, benzedeiras. Os exames mostravam uma `rebeldia` das atividades cerebrais, mas nunca apresentaram sinais de crises convulsivas. Mesmo assim experimentamos vários anti-convulsivantes para cessar estas atividades e melhorar o sono dele. Medicações que levavam um tempo até o organismo perceber que elas estavam lá, e um tempo ainda maior para perceber que elas não estavam mais. Inserir, combinar e retirar cada uma destas medicações era cruel, comigo e com ele. Me sentia mal de estar dando a ele tanta coisa que eu não sabia pra quê. Além de termos que seguir uma agenda rigorosa, sem poder esquecer uma dose sequer, aquilo me deixava perturbada de estar tendo que drogá-lo periodicamente, e de forma consciente. Todas estas tentativas nunca surtiram efeito.

Desde a metade do ano passado que ele tem encontrado sua sintonia na hora de dormir, tem estado mais consciente deste momento e tem podido saborear o a delícia de descansar.

Uma vez o Dr. Eugênio havia me alertado que ele estaria ainda amadurecendo, e que chegaria o momento de ter maturidade para dormir. Uma amiga enfermeira me comentava que ele ainda tinha lembrança dos momentos de uti, onde teria sofrido paradas respiratórias que lembravam o apagar e assim ele `brigava` para não ir dormir.

Surpresa fiquei ao comentar com a condutora sobre a dificuldade que ele estava tendo para dormir na semana passada e isso estava me levando a lembranças de tempos e tempos que já tinham sido do passado. Então ela me comentou sobre o Programa de Respiração. Ai que maravilha, além dos outros programas, tem até um programa para coordenar as ações de respiração o Dr. Peto pensou. Ele não é demais ?

Estamos introduzindo então, em alguns dias da semana e entre algumas atividades, o Programa de Respiração, para que ele aprenda a respirar sozinho e coordenar esta respiração com as outras atividades que realiza. Para que a respiração não seja uma surpresa, mas mais uma atividade que se torne automática, mesmo nos momentos de ansiedade, nervosismo e fobia. Com a combinação da homeopatia (gotinhas três vezes ao dia) e da acupuntura (com sementes de mostarda) ele tem conseguido a cada dia conquistar seu equilíbrio.