Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Sunday, May 18, 2008

Álbum de Fotos


Fotos são realmente um retrato do que somos.

Muitas vezes nos percebemos avaliando o momento da foto, e contando com estas modernas câmeras digitais que nos permitem maravilhar com as expressões de alegria, espanto, beleza ou surpresa, em apenas um instante:
- Mas que gorda fiquei!
- Um olho maior do que o outro.
- Como estou velha...
- Sempre de boca aberta!

Interessante é que aquele momento pode retratar mais do que somente uma imagem, mas a emoção e sensação que temos neste mesmo momento. Rever estas fotos mais tarde poderão proporcionar momentos de alegria diferentes.

Hoje eu revejo as fotos de meus filhos de anos anteriores e os percebo totalmente diferentes. Antes eu estava sempre descontente com a postura deles, com o sorriso, com o olhar, com as expressões. Posso dizer que vi as fotos somente uma vez, sem ter muito interesse em voltar a vê-las.

Hoje me percebo vendo as fotos com muito mais tranquilidade, amo o que vejo, vejo beleza em cada sorriso, esforço em cada postura, intenção em cada olhar. Consigo hoje ver as mesmas fotos e com uma visão completamente diferente.

E sempre digo, aquilo ali, naquela foto é você mesmo. Sem desculpas, sem poréns. Fotos são realmente um retrato do que somos. E, felizmente a cada momento mudamos, nos transformamos e temos uma nova impressão do que somos.

Thursday, May 15, 2008

Na pressa da vida


Montessori descreve o nascimento de várias raças com tanto detalhe e atenção, que então percebo como descuidamos dos ciclos de vida dos animais a nossa volta. As fêmeas não deixam seus filhotes se afastar até que tenham maturidade suficiente para se alimentar, se aquecer ou se deslocarem sozinhos.

Ela descreve e destaca o breve instante do nascimento como o momento mais importante de nossa vida, que parece nos passar despercebidos. O entorno de cirurgia, anestesia, quarto, visitas, roupas novas, cremes, fraldas, medicações, cordão umbilical, banho, cicatriz, cólicas, colostro, seio que sangra, leite que jorra, posição, sono, dor...

São tantas coisas que mesmo em meio ao êxtase e prazer que a nova vida nos trouxe, esquecemos de algumas ações que para as fêmeas não humanas são indispensáveis. A mãe fica em momento de resguardo, com camisola, repouso, alimentação especial. O bebê já está cheio de fitas e roupas, agarrado por um plástico, de creme no corpo, algumas vezes perfume, senão o dele o dos outros, dentro de uma roupa pouco confortável, passado de colo em colo, sendo observado e escutando um blá blá intenso. Estas são normalmente as suas primeiras horas de vida.

Montessori questiona se também não seria necessário um momento de repouso para o bebê, vestindo pouca ou nenhuma roupa, para que ele pudesse por ele mesmo começar a ter as suas primeiras impressões do entorno, conhecendo então sua família, e pouco a pouco ser apresentado aos sons, ao mundo, a vida.

Parece mesmo que a vida já começa num impulso tão intenso e que seguimos com ele no ritmo acelerado até o fim. A câmera lenta só entra em cena nas últimas horas, no momento que queríamos que tudo tivesse sido muito mais lento.

Reflexões de Montessori retiradas do livro "A Criança".

Monday, May 12, 2008

Atento ao momento da conquista


Invisíveis e imperceptíveis passamos por momentos de conquistas. São pequenas, naturais, de nossa rotina, que se desdobram na nossa frente. Na maioria das vezes surgem silenciosas, como uma bolha de ar dentro da água, estourando na superfície. E neste momento temos que aproveitar a oportunidade daquela conquista, antes que ela fique perdida. Às vezes, para sempre.

A maioria de nossas ações são atividades reflexas, já uma vez pré-concebidas, processadas e realizadas. No meio deste automatismo, dentro de um dia quase igual ao outro, surge entre as ações um momento de oportunidade e conquista. Valioso. Se estamos aptos a enxergá-lo já estamos ouvintes de nosso corpo, e se então estamos aptos a realizá-lo, seremos um conhecedor de nossas necessidades.

Com aquela sensação de incerteza, sem perguntar acabo escutando o que quero ouvir. Nesta situação, de novidade, me surpreendo e demoro a acreditar que escutei. Chego até a imaginar que inventei. Confundo meus pensamentos e minhas emoções. Preciso de momentos, às vezes dias, para perceber que estou consciente da verdade que me foi dita. Uma verdade que de tão nova me parece distante. O tempo que preciso para entender que aquele recente momento se transformou em conquista.

Precisamos exercitar a estarmos mais atentos aos preciosos momentos de oportunidades que nos cercam, assim não nos surpreenderemos com cada estrela cadente. Elas estão sempre sempre lá, basta observá-las.

Friday, May 09, 2008

A revolução


Andrew fala de minha revolução em seu blog mais uma vez, mas desta vez ele fala em português. E tratando-se de revolução, não sabemos mesmo o que dizer, que língua usar, o que se quer é provocar. O uso do computador no lugar do lápis vêm aqui nos revolucionar.

Ele usa a imagem de um homem com um martelo vermelho e ressalta meus sentimentos em
Liberdade, naturalidade, espontaneidade.

Em seu blog o post, com este título assim mesmo, em português: Viva a Revolução Condutiva.

O movimento das crianças


Relendo as orientações que recebemos da condutora para passar estas duas semanas de férias de educação condutiva, observo quantas atividades simples deixamos de fazer, impedindo-nos de justificar com desculpas como falta de tempo ou da necessidade de uma rotina específica. São momentos de leitura, de atividades da vida diária, de descanso.

Enquanto lavo a louça meu filho pode ajudar, mesmo que seja apenas molhando suas mãos e roupas, ficando de pé. Enquanto assistimos tv podemos estar brincando de rolar por todos os cantos da sala, nos momentos de leitura pedir que repitam palavras, façam um som qualquer ou simplemente aumentem o tom de voz.

Educação Condutiva é nos ensinar a fazer com nossos filhos, o que já fazemos com a gente mesmo. Admiro as pessoas que nos visitam e nos elogiam justamente por este ponto de vista: - É maravilhoso, é simples!

O que nos enriquece sem dúvida são as crianças que se encantam, como nós , por este método. Nesta semana recebemos a visita de uma delas e perguntei a ela o que achou de nossas rotinas, e ela me disse : "- Quero voltar amanhã." Outro dia recebemos a visita de uma profissional de outro estado do Brasil, e perguntando como ela tinha chego até nós, me comentou : "- Quem me instigou para vir aqui, foi uma criança que esteve no curso de férias com vocês. Ele disse que vindo a Florianópolis, eu não poderia deixar de visitá-los." E outro dia comentei aos pais que ainda não havia copiado as fotos do teatro, e o pai acrescenta: "- Ah, meu filho já viu a foto que está no blog. Ele que navega lá."

Neste dia das mães vamos seguir o movimento das crianças: não vamos esperar acontecer, vamos repetir aquilo que gostamos de fazer, indicar um amigo para fazer o que gostamos, despertar a alegria no coração dos outros, distribuir amor.