Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Friday, July 22, 2011

Metade do Curso


Imagino meus filhos fazendo a redação de volta as aulas... Ainda estamos na metade das férias escolares.

"Nestas férias eu estou em curso intensivo. Vou fazer uma lista do que fiz até aqui."


- Fiz novos amigos
- Andei a cavalo
- Fiz papel reciclado
- Dei comida aos patos
- Aprendi sobre reciclagem
- Troquei experiências sobre minha aula de educação física
- Vi um bebê de ovelha
- Fiz bolo com farofa e cobertura
- Visualizei uma nova profissão: 'chefe visionário'
- Virei artista pintando meu papel reciclado
- Pescaria
- Testei a receita do bolo de caneca
- Fiz instrumentos musicais com material de reciclagem
- Aprendo diariamente a comer, a usar o banheiro, a ficar de pé, a rolar, a sentar
- Fiz uma trilha sensorial
- Aprendo a ser independente, a cada dia um pouco mais
- Conheci um para-atleta da seleção brasileira de natação
- Experimentei a terapia crânio sacral
- Torci para o Avaí
- Conheci amigos de outros estados, quem tem famílias como a minha
- Sorri muito
- Observei com atenção
- Li um livro lindo
- Escutei um cd novo
- Fui ao cinema
- Penso e exercito meu cérebro repetidas vezes de forma ativa ( tá bom! essa frase foi da mãe deles...)

Na semana que vem eu conto mais! Estou na metade do curso de Férias de educação condutiva.
:) :)

Thursday, July 21, 2011

Crânio Sacral

Experimentando estou. Deitada na maca da terapia, eu estava longe tentando adormecer.

Meus sentidos eram perturbados pelo som dos caminhões ao longe, a carreta para frente, para trás, com a buzina incessante e o bater da porta descarregando areia. Poderia repetir esta frase dezenas e dezenas de vezes.

O som parecia que ficava cada vez mais alto. Era só isto que acontecia.

Sem a menor intenção, entrei em um túnel branco, brilhante, todo talhado em pequenos retângulos, lado a lado, como uma colméia. Fui dentro deste denso túnel até uma caixinha branca, também quadriculada, e ali dentro tinha um coração brilhante. O coração era chato como um adesivo, porém brilhante e transparente como um rubi.

De algum lado que vinha do alto, apareceu uma pinça. Uma pinça longa, sem cor. Ela foi direto a caixinha e delicadamente levantou o coração, como se o estivesse descolando. O adesivo brilhante se soltou e ao mesmo tempo sumiu. No mesmo instante ouvi um 'plec', baixinho, sutil, dentro de mim. Tudo ao mesmo tempo desaparece: o coração, a caixa e o túnel.

Um breve suspiro e terminou. Continuo com a buzina dos caminhões deixando areia.

Friday, July 15, 2011

Nossa vida por alguém, algo...

Movimentamos nossa vida por algo.

Esse algo pode ser uma pessoa, um trabalho, um objetivo, uma comida, um desejo, uma viagem, uma bota, uma amizade, um posto, um terreno, uma vista, um descanso, uma paz, um silêncio, um suspiro, um sorriso, um amor.

Movimentamos nossa vida por uma espera. Uma espera na busca de.

E ao encontrar nossa meta, ao conquistar nosso objetivo, sossegamos? Desconexo ao tempo que esperamos, em um momento muito rápido nos satisfazemos. E logo, loguinho, já sentimos falta de algo. E concluimos ser um algo novo.

Novamente nos movimentamos por algo. Nos movemos pela falta de algo.

Podemos não saber ao certo o que buscamos. Nos movimentamos na direção de algo, em algum lugar ou a algum tempo.

Sem compreender, estamos em uma busca infinita. Uma atrás da outra. Buscamos nos preencher com alimentos, amizades, culturas e posses porquê não nos sentimentos suficientes por nós mesmos.

Atenção! Nenhuma destas palavras são minhas, elas foram transformadas por mim, mas as li do artigo de Rodrigo G. Ferreira, professor de Vedanta, com o tema "da falta a plenitude- o que nos move nessa busca?".

Comungo com estes sentimentos e me recordo de quando eu era adolescente, sentia um vazio. Esse vazio não era somente meu, e eu e minhas amigas o chamávamos de ó. Um ó pronunciado com tanta intensidade, que vomita para fora todo o ar angustiado, infinito, na busca de algo que não termina.

Tenho aqui dentro um ó. O ó que me move, em diferentes ritmos e intensidades, diferentes tempos e momentos. Sem conseguir descrevê-lo, apenas o vivo. Vivo na busca de algo, algum, alguém...

Thursday, July 14, 2011

Quinto ano com amor


Compartilhar uma vida.
Assim fazemos conversando com outras famílias e vemos nossa imagem refletida no outro. Não aconteceu só comigo!

Outras famílias como a minha. Trocar memórias, compartilhar dicas, atentar a novas formas de ver: assim fazemos juntos neste quinto ano do Curso de Educação Condutiva.

Compartilhar um olhar.
Na sala as crianças se olham, esperam a vez, respeitam o tempo do outro. Amigos como eu. Amigos que vivem em outro estado, estudam em outra escola, falam de outro jeito. Amigos que vivem dificuldades como eu.

Novas histórias, novos métodos, novos recursos. Novos para uns, antigos no tempo. Aqui estamos reunidos pela educação condutiva, educando pela independência.

Sejam bem-vindos, e vamos aprender juntos.