Compaixão

Compaixão é transbordamento de amor.

Força eu tenho, positividade também. Como um tsunami que veio e foi rapidinho, fiquei amortecida por um período: sem sentir dor, nem raiva, nem alegria e nem amor. Fiquei impermeável, deixei os sentimentos aflorarem. Com as leituras que tive, momentanemanete perdi minha compaixão.

Meu papel está presente: ser mãe verdadeiramente. Sentir, viver, perdoar, amar. Sem máscara alguma para me relacionar com o tempo. Nem botox, nem silicone. Sou eu verdadeiramente como sou.

Agradeço aquele que vê meus defeitos. E me diz. Agradeço aquele que espelha para mim o que não vejo. Me mostra o que me incomoda. Me mostra a forma que me expresso. E assim me enxergo, me aceito, me curo.

Pela luz: obrigada, merci bien, thank you, gracias.

De nada sabemos

Perguntas com respostas no futuro. Todos temos. E do futuro, de nada sabemos.

Como ele vai se desenvolver?
Até onde ele vai progredir?
Como eu posso dar o melhor de mim para ele?
Para onde devemos ir?
Com quem devemos conversar?
Quais especialistas devemos procurar?
Onde posso encontrar?
Quais modelos devo copiar?

Ele vai poder se arrumar pra sair?
Vai conseguir morar sozinho?
Vai fazer faculdade?
Vai poder trabalhar?

Vai saber namorar?
Ele vai se casar?
Vai transar?
Vai ter filhos?

Vai amar?
Vai se amar?

Como o arbusto que nasceu sobre a pedra. O Futuro quem sabe?

Um momento na evolução

No artigo da mãe de Justin no livro Intelligent Love, ela descreve sua realidade como a de outras mães. Histórias parecidas, atores diferentes. Para uns uma infeliz surpresa, para outros uma feliz aceitação.

No entanto as palavras de Andras Peto são refletidas por todas as mães que uma vez experimentaram a Educação Condutiva:
" Quando você não educa seu filho para ser independente, você educa seu filho para ser dependente."

E ela continua: apesar de meu filho não ter um corpo com possibilidades, apresentar severa deficiência física, estar confinado a uma cadeira de rodas motorizada, ele é muito determinado, confiante de si mesmo e sabe exatamente para onde está indo. Precisa apenas de um pouco de ajuda para chegar até lá.

Os muitos relatos das mães que descrevem a vida de seus filhos com paralisia cerebral é um desabafo de uma luta pela independência de uma vida de dedicação ao seu filho. Acreditando fielmente na plasticidade neuronal, já certificada pela ciência, é com esta esperança que vivemos, em uma busca constante contra o tempo.

Reabilitação é a vida. Se tivéssemos mais longevidade, todas as (minhas) teorias seriam confirmadas: paralisia cerebral passaria a ser apenas um momento da evolução daquela vida, reaprendendo suas funções e construindo pessoas melhores.

Xô frustração!

Para encontrar a resposta, é preciso saber se estamos olhando para o lugar certo.

Imediatamente não encontro. É preciso um delay até que eu refine meus sentimentos e encontre o caminho. Para continuar procurando.

Posso até cansar de procurar, mas posso estar procurando no lugar errado.

Vou ampliando meus horizontes até que a dúvida, o medo, o ódio e outros sentimentos sejam minimizados para eu encontrar o canal de luz. O canal de amor.

Intimamente sei que depende apenas de minha disposição e necessidade. Depende de mim, acordar com o desejo sincero de ver o outro feliz. Esse é nosso maior desafio, amar incondicionalmente a qualquer um, dar liberdade ao outro de uma forma tão intensa, que ele tenha até a liberdade para "não te amar como você o ama".

A dúvida e a frustração ficam voando a minha volta incansavelmente, como uma mosca que não se exalta em seu vôo irritante em círculos barulhentos. No entanto ali ela fica, no seu ritmo frenético. É importante lembrar que esse devaneio seja da mosca, e não meu.

Vamos abrir o coração para que o outro brilhe, que o outro tenha luz, para que o outro viva em paz. Ao conquistar esta harmonia estaremos trazendo a paz para bem perto de nós.

Algum dia imaginei assim?

Quando o coração é iluminado, rapidamente nos lembramos de quem somos.

Praticamos inconscientemente mecanismos de defesa contra o eu, em relutância a novas descobertas nos mantemos encerrados em nosso eu mal humorado e praticamos a maldade contra nós mesmos.

Cada parte é importante em nosso todo. Prem Baba nos lembra que é necessário acordar a lembrança do amor presente em cada um de nós. Nossos dons, nossos talentos, nossa espontaneidade: essenciais como veículos do amor.

Me esforço para encontrar a parte do ser que sabota a minha realidade amorosa e divida. A minha felicidade. Pareço uma exceção, um caso isolado. De positivo só tenho a intenção.

Ou seria um caso extremo das dificuldades que uma família pc vive ter... Oito anos conseguiria imaginar meu filho sentado com equilíbrio segurando nas barras da cadeira como apoio, e discutindo inteligentemente qualquer assunto da atualidade? Algum dia o imaginei assim? Bem assim?

Eu nunca soube nada! Nunca imaginei nada! Como posso ousar não gostar de algo que nunca imaginei?

Tenho a certeza de que não estou só. A sincronicidade é a linguagem da existência. Fé e intuição crescem comigo. Abro espaço para a harmonia que nunca encontro. O que quero? Harmonia e equilíbrio em todas as relações comigo mesmo.


Uno aqui palavras de Prem baba com as minhas para explorar meus sentimentos.