Livro: Intelligent Love

Intelligent Love
Família em prol da Educação Condutiva
Editado por
Jo Graham, Chas McGuigan and Gillian Maguire

- Eu poderia escrever um livro, quantas vezes escutamos estas palavras de mães com suas histórias especiais. Este livro começa assim, são 13 relatos de mães do mundo inteiro, cada uma com suas declarações verdadeiras de seu amor inteligente pelos seus filhos.

Em breve a venda:
http://www.blurb.com/user/cepress

Mais detalhes, com as informações da Inglaterra:

"‘I could write a book’: frequently heard when parents talk about services for their cerebrally palsied children, and Conductive Education. This book is by thirteen parents and a grandmother, from Belgium, Brazil, Germany, Israel, New Zealand, the United Kingdom, and the United States, each contribution a testimonio in its own right.

Whatever your connection with motor disorders in children, this is a book to ignore at your peril, the first collected statement by families of disabled children, one of Conductive Education's prime beneficiary groups and, in the Western world, its prime mover. These families’ experiences throw light upon questions of how modern societies might do things differently – and better – for children with motor disorders and their families, yet further reminder that progress for disability and for Conductive Education is born out of struggle.

Conductive Education is potentially for life – as must be any properly constituted service for those affected by chronic disabling conditions. It is not a program, an intervention, something to be done once, or now and then, or during certain hours of the day, or on certain days of the year, at a given age or in some particular place. Nor it it something that is primarily to be dispensed by a certain kind of person, a ‘conductor’ (however important conductors’ contributions might be to the process as a whole).

It is more than just pedagogy. It embraces and transforms every aspect of children’s lives, everyone and every activity involved in their upbringing, a whole new lifestyle. Conductive upbringing and a conductive lifestyle. No short order but, witness the content of this book, it can be done."

Deficiência e satisfação

Compreendemos a medida que queremos compreender.

A mãe prefere que sua filha fale ao andar.
O pai diz que preferia que ele entendesse ao invés de andar.
Outra preferia mudar o passado, ter exagerado no oxigênio e ter possivelmente evitado este tipo de sequela.
A mãe discorda e prefere ela cega, mas com boas condições motoras.

Parece que um quer a deficiência do outro. Momentaneamente, um prefere a diferença do outro, que sempre parece menos diferente do que a sua.

Ao enxergar o outro, analisamos nossa realidade. E agradecemos. Por todas as dificuldades que vivemos, ainda nos satisfazemos com a nossa condição. E não porque uma é 'melhor' do que a outra, mas porque amamos nossa vida assim como ela é.

Ao longe observamos, com auto consciência, percebemos.

Nós aprendemos com o sofrimento, isto é um fato. No entanto temos que aprender a transformar esta energia em alegria. Colocar em movimento esta energia para se sentir parte, colocando nosso amor no mundo.

Na satisfação tomamos consciência de quem somos.

Alma, mente em hatha

"Ha, significa sol, que é o sol do seu corpo, ou seja, sua alma. Tha, significa lua, isto é, sua consciência. A energia do sol nunca enfraquece; já a da lua mingua todo mês e, assim uma outra vez, vem do vazio à plenitude.

Nesse sentido, o sol que há em nós, a nossa alma, nunca enfraquece, ao passo que a mente, ou consciência, que tira da alma a sua energia, tem suas flutuações, modulações, estados de humor, altos e baixos, como as fases da lua.

Como o mercúrio, que a mão não consegue segurar, não é fácil conseguir captar a mente. Não obstante, quando a consciência e o corpo são levados a unir-se, a energia da consciência se aquieta.

Quando isso ocorre, a consciência se aquieta também, e a alma, então, ocupa o corpo todo. "

Este texto é uma cópia da página 29 do livro A Árvore do Ioga: eterna sabedoria do ioga aplicada a vida diária. Considerei uma preciosidade este texto e assim copiei aqui as palavras de b.k.s. iyengar . Quando temos olhos para a natureza, e união com ela, conseguimos enxergar a nós mesmos nas naturais flutuações da vida.

O ano que me engole

É claro que eu gostaria de viver sorrindo. Eu gostaria de pensar antes de falar cada palavra. Principalmente as más palavras.
E não cansar.

Eu gostaria de não ter mágoa nem remorso. E ter a consciência limpa de qualquer ódio.
E não cansar.

Até minha respiração poderia ser mais lenta, assim eu me viraria calmamente para um lado e depois para o outro.
Que leveza!

No meu cansaço, no meu grito e no meu gesto bruto também existe amor.
Eu sei que o amor existe.

As palavras longas na parede do banheiro já estão mofadas.
Os meninos aprenderam a ler curtas palavras, mas não muito bem as longas. Treinamos nos intervalos, mas precisamos de mais treino.

As tabuadas estão por toda a casa.
Mas preciso tomá-las. Eu tenho que atualizar as tabuadas, agora até o nove.

O ano me engole, o cansaço me toma.

Eu gostaria de acordar meditando, respirando com suavidade, tirando a temperatura basal. O susto me acorda.

Swami Purushatraya disse uma linda frase no aberto saguão da UFSC:
" Os melhores pensamentos nascem com o sol, elevando nossa consciência. Aproveite o dia, acorde cedo!"

... no ano que vem Swami,... no ano que vem...

Contos e pontos

Berenice dizia que seu filho não falava nada até os cinco anos de idade, foi quando um dia ele lhe contou uma história do livro que ela mostrava as figuras. Neste dia ela ficou pasma, ele sabia muito. E ele sabia muito mais, apenas alguns anos mais tarde ele aprendeu a ler em inglês, japonês e tailandês. Ele é especial e desperta a curiosidade dos muitos olhares que cruzam com o dele.

Alessandra, uma mãe de gêmeos com a dupla ainda na barriga dela esperando por vir. Me apresento e digo que também tenho gêmeos, dois meninos. Ela curiosa me pergunta com que peso eles nasceram, já que os dela também são univitelinos. Falei que a minha história era diferente, um tanto especial, pois eles nasceram de 28 semanas. Ela se espanta e com a mão na barriga me pergunta se foi tudo bem? Eu com um verdadeiro sorriso no rosto digo que sim, vai muito bem, somos muito felizes.

Analu nos faz uma visita vem até o grupo e descreve as alegrias de seu filho, eu pergunto se ele brinca com outras crianças e ela diz que não por muito tempo, pois ele não fala. No entanto ele adora as crianças! Muitas vezes parece que o mundo nos evita, no entanto este é o nosso mundo, e nós iremos pintá-lo da cor que quisermos.

Lucas, um pai me conta a rotina intensa que sua filha executa nas atividades com o método Dolman. Incansáveis e produtivas tarefas que não deixam tempo para que a criança viva o mundo a sua volta. Os resultados são maravilhosos, no entanto até a alimentação é controlada e o sorvete é proibido.

Todos os dias buscamos novas oportunidades e sonhamos com novas descobertas, alguns sonhos ao nosso alcance, outros muito distantes, no entanto nunca inatingíveis. Alguns somente sonhos, outros realidade.

Seguimos, cada um com sua história, com sua rotina, com sua curiosidade de querer um pouco mais. Sempre uma mãe que busca uma nova experiência, uma coisa qualquer que seja novidade, e com o forte sentimento de medo de receber um não, de ter a porta fechada, de não terem descoberto ainda a poção polissuco*.

* Para quem viu ou leu a vida imaginária do mundo de Harry Potter.