Tapa na cara
Fomos nos divertir no carnaval e em uma festa destas estávamos com várias crianças que nunca tinham visto uma criança especial. Assim que chegamos ficaram várias a nossa volta olhando, observando, comentando e perguntando.
Entendo que são vários porquês, alguns que já deveriam ter sido respondido por suas queridas famílias, outros que nem pra mim sei responder. O momento das perguntas são muito desconfortáveis porquê não gosto de falar na frente de meus filhos a forma que gostaria de explicar para as crianças curiosas, que não se contentam com uma só resposta. Depois da primeira vêm outras várias questões.
Fico mesmo desconcertada, com meu coração batendo na boca e meu rosto suando. Que coisa difícil me manter simpática e agradável nesta situação. Tento distrair e respirar, me divirto de todas as formas.
No decorrer da festa encontramos com um adolescente especial que estava se divertindo. Para minha surpresa e vergonha, não entendi o comportamento de meu filho. Desta vez foi ele que fez `cara feia` e fez perguntas desagradáveis na frente da família dele. Percebi como eles se sentiram mal que até o menino foi dar uma voltinha.
Ai que vergonha! Conversei duro com meu filho, sobre como somos parecidos e cada um tem seu jeito de ser, e que não se olha para ninguém da forma como ele olhou para o menino, e que ele era igual a todos os outros.
Eu fiquei super acanhada com o comportamento dele. E na minha cabeça passaram-se vários momentos como este que eu já havia passado. De nada adiantaria falar com pais, a atitude das crianças é diferente. Eles são crianças curiosas.
Minha cara foi no chão. Aquela situação se inverteu e percebi como ainda tenho que aprender. Aprender que cada um é cada um, independente da situação que se está, parecida, igual, diferente, similar ou não. Entendo que tenho que encontrar uma forma de responder aos curiosos. Mas tenho que entender também que estamos construindo nosso conhecimento a partir de estímulos como este.
5 Comments:
Lê, não acho que vc deva se sentir envergonhada pela situação que ocorreu! Como vc disse a curiosidade está presente em todas as crianças e no seu filho também! Por que não estaria?
Sempre acreditei numa coisa que é diferente do que vc escreveu e gostaria de compartilhar aqui com vc!
Definitivamente não acho que somos todos parecidos como vc disse duramente ao seu filho, mas ao contrário, todos diferentes! "Cada um com seu cada qual" como diz o dito popular.
E acho que essa seria uma explicação rica para as crianças curiosas... Todos somos tão diferentes... Uns loiros, outros ruivos, outros índios, outros com braços, outros sem pernas, uns que enxergam, outros que não ouvem e por aí vai!!
Um beijo carinhoso e parabéns pelo Blog.
Graziela,
Te digo que todos os sentimenos que vivi me vieram naturalmente: a vergonha, a bronca, a curiosidade, os iguais, os diferentes.
Obrigada por passar por aqui, volte sempre!
Leticia
Querida Letícia, quando crianças me perguntam o que a Luísa tem, eu respondo: "Ela não tem nada. Nasceu assim. Esse é o jeito dela."
No subtexto, estou questionando: "Vc é capaz de respeitar ou brincar ou apenas permanecer ao lado de alguém diferente de vc? Se sim, ótimo. Se não, tudo bem tb."
Geralmente a reação é parecida. A criança dá mais umas olhadinhas e em seguida desencana. Age tranqüilamente, como se já conhecesse a Luísa há anos.
Então, meu conselho é: não se preocupe muito em dar respostas detalhadas. O mais importante é a criança conceber a diversidade. E para isso vale menos a explicação e mais a postura.
PS: E acho normal que outras crianças olhem. Faz parte da curiosidade diante de algo que não conhecemos. Adultos são mais controlados, mas crianças dão bandeira mesmo. São autênticas.
PS2: Eu sei que há dias em que nossa paciência está em baixa para essas situações...
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