Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Monday, October 22, 2007

Em algum lugar tenho que aprender


O pequeno príncipe ensina que o essencial é invisível aos olhos. Algumas vezes com apenas um olhar, entendo tudo. Outras vezes não entendo nada e fico procurando onde está esta essência que não consegui captar. Em algum lugar tenho que aprender.

Me vejo em meu corpo pesado, sem saber se esta sou eu. Um corpo que hoje é meu, talvez amanhã não. A energia que me envolve, que me motiva, que me anima, que me impulsiona, esta sou eu. A consciência que tenho em meu corpo, que me habita, que me conduz, esta sou eu.

Quantas vezes fiquei espiando uma coisa e passei a copiá-la, pode ser um roer de unhas, uma dobra de camisa. Quantas vezes uso meu corpo pra experimentar o que preciso aprender. Em algum lugar tenho que aprender.

Queria ter uma pele resistente, que não me arranhasse com uma coisa pontuda, que não me espetasse com um espinho imponente, que não me queimasse com uma bicha cabeluda vaidosa. Cultivo esta idéia de sermos mais resistentes por fora para experimentar sensações mais profundas, mesmo que fisicamente.

Queria colocar meus filhos em um castigo eterno, quando em um momento de rebeldia já não querem mais o seu corpo, querem copiar o belo, o normal, o forte, o rico, o esperto. Quero me colocar em um castigo ainda mais rígido, muito mais doloroso que o deles, por ter a mesma opinião.

Em algum lugar tenho que aprender a entender esta dor, que existe. Ela é minha, de mais ninguém. Ninguém pode me tirar, mas pode me ensinar a não sofrer com ela. Algo tem que me ensiar a aceitá-la, como qualquer outra parte do meu corpo. Essa sou eu.

Nos dias que estou, não entendo o porquê. Talvez esteja aqui bem na frente, mas como disse o príncipe, está invisível.

4 Comments:

Blogger Dinha said...

A gente aprende com o dia-a-dia, Letícia. O que não invalida nossas dores e nossas dúvidas.
Um dia, olhamos para o lado e percebemos que já vemos algo diferente. E nesta transformação vem o aprendizado. Beijo carinhoso.

1:25 PM  
Blogger LeticiaBTK said...

Dinha,
Isso! Nesta tranformação vem o aprendizado. Com dor não minto, mas nela cresço.
Um beijo com amor,
Leticia

9:25 AM  
Blogger Unknown said...

Sou mãe de um menino hidrocefálico e gostaria de compartilhar com você um pouco da nossa história.

ACORDAR - A COR DAR
Fui convidada a dar uma palestra em uma ONG, que atende portadores de
necessidades especiais e suas famílias. O tema do encontro foi A COR
DAR. Que cor você dá a sua vida. Com o objetivo de incentivar os
responsáveis pelos usuários a colorir de alguma forma a sua própria
vida. Ao final da palestra pedimos que o grupo de aproximadamente 30
mães e dois pais, participassem da dinâmica que havíamos preparado:
Esta dinâmica pedia que todos cantassem a resposta da pergunta que lhe
era feita:
Por acompanhar um pouco da minha história pessoal, achei importante
que você participasse também de mais esta.

1).Quando pensei em ser mãe, o que aconteceu...
Os meus sonhos mais lindos sonhei, de que meras mil um castelo ergui...
T
2). Ao saber que meu filho nasceu com dificuldades... o que disse?
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...

3). Quando algumas pessoas o recriminaram qual foi a minha atitude?
Ainda vai levar um tempo pra fechar o que feriu por dentro. É natural
que seja assim, tanto pra você quanto pra mim...

4). Mas quando comecei o tratamento do meu filho a minha sensação foi?
Quando eu estou aqui... vivendo este momento lindo. Olhando pra você e
as mesmas emoções sentindo...

5).Quando sentimos desânimo, cansaço pelos problemas do dia-a-dia, o
que eu digo?
Canta, canta minha gente... deixa a tristeza pra lá, canta alto, canta
forte... que a vida vai melhorar.

6). Como reagimos às mudanças?
Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo. Tudo muda
o tempo todo... no mundo. Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo.
Agora... há tanta vida lá fora. Aqui dentro sempre .... como uma onda
no mar.

7). Ter um filho especial é?
Viver... e não ter vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a
beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem
melhor e SERÁ, mas isso não impede que eu repita: É bonita, é bonita e
é bonita.

8). Para onde olho quando quero saber se estou no caminho certo?
Olho pro céu e vejo uma nuvem branca que vai passando... olho pra
terra e vejo uma multidão que vai caminhando. Com esta nuvem branca
essa gente não aonde vai. Quem poderá dizer o caminho certo é você meu
pai. JESUS CRISTO, JESUS CRISTO, JESUS CRISTO EU ESTOU AQUI.

Beijos ... até a próxima. Lúcia Richter
lullyrichter@gmail.com

2:12 PM  
Blogger LeticiaBTK said...

Lully, Vamos lá com suas perguntas:
1 - Ser mãe sempre foi um desejo meu. Me imaginava grávida de gêmeos, sempre.
2- Um dia depois do outro. Se o médico não sabe, como eu vou saber?
3- Um sorriso é a melhor resposta.
4- Aceleração e busca por algo mais consciente.
5- Não me admito nestes sentimentos, reciclo.
6- A mudança gera insegurança, mas renova. Adoro mudanças.
7- Dedicação e compreensão.
8 -Reflito, olho para mim mesma, me observo. Espero e reavalio.

Um beijo com amor, passe sempre aqui!
Leticia

6:13 AM  

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