Cérebro normal
Há algumas semanas as páginas amarelas da Veja falavam de normalidade. O psiquiatra Valentim Gentil Filho discutiu alguns assuntos que considerei interessante para aqueles que buscam a expectativa de uma vida normal.
Ele inicia falando que pessoas normais são raras na sociedade, através de pesquisas ele descobre que os normais existem, mas que para a grande maioria é fácil demais sair do estado de normalidade.
Ele reflete sobre graus de ansiedade, instabilidade de humor, tensões, inseguranças, desconfiança, irritabilidade, tristezas, como sentimentos aceitáveis para conviver e ao mesmo tempo conseguir cumprir compromissos, sair resolvendo coisas e pensando de forma clara. De uma pessoa absolutamente normal se espera ainda, que ela mostre consideração ao próximo, capacidade de antecipar as consequências de seus atos, de respeitar os próprios limites, a própria saúde, de não se deixar prejudicar por comportamentos repetitivos.
Se passamos a avaliar cada um dos motivos acima, eu pessoalmente me desprendo completamente da normalidade, quando, por algum motivo me vejo tomada de ira ao ver uma senhora qualquer falando mal de uma situação que não conhece, não viveu, não entendeu e mesmo assim sai por aí dizendo aos quatro cantos que não é válido, que não tem solução. Descreve uma rica cultura, como idiotices de uma tribo. O que me faz sair do sério, apenas ouvir alguém que não conheço, nunca mais vou ver, não dizer coisa com coisa, e ainda hoje, perturba minha sanidade ?
O que me faz ainda sentir assim é meu cérebro que não esqueceu dela, que tentou encontrar várias soluções para fazer ela mudar de opinião, consertar os erros que fez e que ainda estará por fazer. Sim, é o cérebro que o Dr. Valentim coloca como o ápice da perfeição, na natureza nada se compara a ele. O problema é que nunca nos foi dito que temos que cuidar dele com o mesmo empenho que dispensamos, por exemplo, ao coração.
É preciso respeitar os sinais que o corpo envia quando se estabelece um descompasso, se estes limites não são respeitados o cérebro pode se tornar uma armadilha para ele mesmo. Ainda temos muito a aprender com o cérebro, muito a decifrar. Mas não podemos deixar de acreditar no potencial dele em querer comandar o nosso corpo de forma cada vez mais equilibrada e em sintonia com o que necessitamos. Em nosso dia a dia, vamos nos esforçar para que ele possa trabalhar, mais do que estamos acostumados a fazer.
* Post baseado em matéria da Revista Veja do dia 2 de maio de 2007, em entrevista com o psiquiatra paulista Valentim Gentil Filho.
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