Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Friday, October 27, 2006

Bobath, uma visão


Sempre que se fala em fisioterapia para crianças fala-se em Bobath. No início eu não sabia bem o que se tratava esse 'palavrão', mas todos os 'entendidos' perguntavam: Eles fazem Bobath ? Só bem mais tarde entendi os movimentos e a forma de trabalhar com as crianças. Sempre atendi da foram mais fiel todas as intenções de trabalho, seguir a rotina em casa, continuar o trabalho feito no consultório. Como sempre acompanhei as seções posso dizer que tinha quase uma 'especialização' no assunto, afinal seções diárias por três anos se aprende observando!

No entanto este método tem uma visão muito diferente da Educação Condutiva e gostaria de repassar aqui a experiência de um fisioterapeuta em Hong Kong, que escreveu um artigo comparando a Educação Condutiva com o método Bobath. O artigo se chama "Conductive education and the Bobath concept: an evaluation", escrito por TATLOW, A. em 1987.

Tatlow descreve em seu artigo alguns comentários sobre estudos de Karel Bobath, onde ela mesma coloca os seguintes dizeres a seguir:


"Nós trabalhamos os reflexos, e não as crianças."


"No passar dos anos nós fomos influenciados por muitos outros trabalhos. Por exemplo, Knott, principalmente no reconhimento da importância da estimulação proprioceptiva; Rood, no valor da estimulação tátil para obter novos movimentos; mas de todos aquele que mais nos ensinou foi Peto."


" Ainda estamos trabalhando e melhorando o nosso conceito, objetivando tratar a criança em situações funcionais, assim como em atividades da rotina em casa, na escola e em suas vidas."

Dos ensinamentos de Peto, o autor compara, descreve e comenta os seguintes itens:
1- Inibir reflexos reduz espasticidade mas não leva a intenção de movimento
2- A ênfase nas reações automáticas é interessante quando se trabalha com bebês, mas é inadequado para atividades que exijam equilíbrio
3- A necessidade de se buscar um bom equilíbrio ainda é uma das grandes fragilidades no método Bobath
4- Aprenderam com Peto que era preciso reduzir o controle gradualmente para permitir a criança seus próprio movimentos
5- Perceberam que não estava correto tentar seguir a sequência natural do desenvolvimento da criança de forma tão próxima
6- Reconheceram que seu tratamento não era levado para o dia-a-dia da família da forma como eles esperavam.

O que sempre me incomodou um pouco no Bobath era a comparação do que os meus filhos tinham que estar fazendo naquela idade e ainda não estavam. Gera uma ansiedade que por mais que nós não tentássemos comparar, era o que acabavamos fazendo e, sim, sofrendo com aquilo. A fisio proporcionava então a sensação do rolar, do tocar, do esticar para que seguissem com o desenvolvimento. São muitos alongamentos que são excelentes para deixar toda a musculatura em ordem, porém na minha visão falta ação e função nestes movimentos.


O Peto não tenta reduzir aquilo que a criança é, ou não tenta comparar com aquilo que ela devia ser. Ele apenas diz que ela é, e daquela forma ele vai fazê-la ser útil. Sempre executando uma atividade com propósito, que proporcione o desejo, e que se explore sua intenção.

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