Ser abordado
Estávamos neste sábado no clube assistindo a uma partida de tênis, quando chega uma amiga e, sem nenhuma restrição, inicia a conversa com meu filho.
No primeiro momento ele se assusta, sua primeira reação é procurar os meus olhos se questionando: Será que ela está falando comigo? Eu fiz de conta que não percebi o olhar dele e não respondi a indagação dela, continuei agindo naturalmente. Ela então repete a pergunta inserindo o nome dele, insistindo que era com ele que ela estava falando.
Ele então dá um sorriso maroto, delicioso, e responde a pergunta. Verdade que em seu tempo e da sua forma, mas completa a comunicação e se faz entender.
Infelizmente esta não é uma situação natural. Meu filho não está acostumado a ser abordado. E nem as pessoas estão acostumadas a abordá-lo.
Quando nossos olhos encontram uma cadeira de rodas, ou uma pessoa babando, ou com algum comportamento diverso, nossa primeira reação é frear. Entendo que nossos olhares curiosos querem estar varrendo aquela situação para que fique respondendo tantas perguntas e sensações que são despertadas dentro de nós naquele momento. Mas.. é injusto que aquela pessoa em nossa frente não tenha a oportunidade de dialogar, de ser cumprimentada ou de apenas receber um sorriso.
É também neste momento, que nós temos a oportunidade de exercitar nossa igualdade e respeito perante alguém. É o momento de treinar nossas virtudes, minuciar nosso olhar e selecionar as palavras que devemos colocar.
Flávia te agradeço pela excelente oportunidade de diálogo que desses ao meu filho. E estou certa que este momento é também uma excelente oportunidade de aprendizado para nós mesmos. Oportunidades que, muitas vezes, estamos em busca de encontrar.
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