A dualidade do medo
Meu filho é dependente. Deixo ele sentado no sofá e se ele não está totalmente seguro, com a maior parte de seu corpo tocando o sofá, o chão ou a cadeira, ele se sente inseguro. Tem medo de cair. Seu corpo se ‘arma’ como o de um animal em perigo, os braços e pernas se fletem e endurecem, ele tem uma face de espanto e um sentimento de pânico. Ele tem medo de cair.
De certa forma o medo impede a ele de experimentar a sensação nova, a mudança de estado, o vai e vém que o corpo dele tem que experimentar para não cair. Ele deve experimentar para ver que é mesmo possível colocar os pés no chão e se equilibrar. Porém ele tem medo.
Seu irmão gêmeo é dependente, mas confiante de sua condição. Ele senta na cadeira e no sofá com mais facilidade, mas no momento de instabilidade, ele não tem medo. Ele não percebe o perigo, e fica ali sem medo, jogando com o perigo. Fazendo de conta que vai cair, joga com seu corpo, experimenta o desequilíbrio e volta ao lugar. Ele aprende que sabe voltar, no entanto ele passa a ser irresponsável em alguns de seus atos. Ele não tem medo. No entanto não ter medo, o deixa irresponsável, pois ele pode cair e se machucar.
Algum pensador já disse que : O excesso de confiança gera irresponsabilidade. No entanto vivo com a dualidade, com dois exemplos extremos, aquele que sem o medo arrisca e aprende; e outro que devido ao medo não experimenta.
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