Educação Condutiva - com amor

Quero escrever sobre Educação Condutiva porque me apaixonei por este método, cheio de amor, que tem atendido aos meus filhos com p.c. Quero descrever o que tenho estudado, aprendido, escutado e sentido ... Tenho a vontade de abraçar o mundo e fazer com que todas as crianças na mesma condição motora de meus filhos, tenham a chance de receber toda esta inteligência, técnica, forma de agir, pensar e sentir, que com todo carinho o Dr. Andras Peto deixou de herança.

Friday, August 21, 2009

Repetido por Andrew


Andrew gostou e publicou em seu blog:

http://www.conductive-world.info/2009/08/from-brazil-upbringing-with-love.html

O mesmo post abaixo, em inglês, sob o título A lesson for life from Sergeant Machado of the Environment Police.


Obrigada Andrew, sempre me dando alegrias. Fico sermpre orgulhosa de ter minhas palavras lidas pelos seguidores de seu blog.

Tuesday, August 18, 2009

Polícia Ambiental





No Curso de Julho do mês passado fizemos como passeio estudo uma visita a Polícia Ambiental.


No local aprendemos como os agentes tratam os animais que vivem em cativeiro, ou outros que são recuperados doentes da natureza, para serem atendidos e possam retornar ao lar.

As crianças tiveram a oportunidade de tocar nos pinguins com seus pelos sujos de óleo, observaram os macacos, gato do mato, corujas, tucanos e diversas aves nativas.

Para mim o grande ensinamento do Sargento Machado, que nos atendeu, foi sua explicação em relação a recuperação das aves:
- Elas vem até nós em uma gaiola, com pouca agilidade dentro daquele espaço. Nós então realocamos elas em um viveiro um pouco maior, para que elas possam novamente experimentar a sensação de voar. Em seguida colocamos em viveiros grandes para que elas se adaptem cada vez melhor ao ambiente natural. A comida é sempre colocada em um local diferente para que elas possam procurar o alimento com seu próprio esforço, atendendo assim as necessidades que a natureza oferece.

Vi neste relato o retrato do nosso grupo de educação condutiva, com suas rotinas e séries de tarefas cada vez mais parecidas com o ambiente natural que vivemos, com esforço e responsabilidade buscando independência, com `a comida cada dia em um lugar diferente`. A natureza é nossa vida, a Educação Condutiva nossa escola.

::: Desenhos de Juliana Goes, para o Curso EC Com Amor.

Amadurecimento


Quando meu filho precisou pela primeira vez desenhar uma casa, ele ficou bravo, amassou o papel e disse que não adianta que ele não sabia desenhar. Demorou até querer pintar de novo.

Ele tinha seus 3 anos e certamente, nem ele, nem nenhuma criança da idade dele desenharia uma casa.

Eu como mãe de uma criança com paralisia cerebral só pensava que ele nunca desenharia uma casa. A dificuldade motora impede que ele segure adequadamente um lápis, que ele se posicione frente a uma mesa sem cair ou sem babar.

Sei perfeitamente que na cabeça dele tinha uma casa, com detalhes, e era esta casa que ele queria retratar no papel.

Foi nesta época que a professora levou a turminha da escola até um atelier de arte, para mostrar as diversas formas que um pintor usa para expressar seus desenhos. Foi ótimo, para mim e para ele. A arte explica e relaxa a razão.

Neste ano foi a vez da minha filha desenhar um animal. Ela tem 4 anos. Ela não tem dificuldade motora alguma, mas ficou muito irritada porquê não sabia desenhar o cachorro que estava retratado na mente dela. Pediu ajuda e, riu chorando, dos desenhos dos adultos:
- Isso não é um cachorro!

Alguns anos depois, mesmo tendo a arte como cúmplice, somente agora entendi que a rebeldia era natural. Natural de uma criança de 3 anos. Sem as neuras e preocupações de uma mãe inexperiente, de uma mãe especial, querendo muito mais que seu filho poderia oferecer.

A gente sempre espera de nossos filhos mais do que a idade deles está pronta a mostrar.

Nos leva a frustrações, dúvidas e amadurecimentos. E esquecemos. Como pais, apenas temos que lembrar disso. Eles têm muito a aprender.

Inclusão: primeira geração


Quando colocamos nosso filho na escola pela primeira vez buscamos essencialmente acolhimento e carinho, somente após vamos buscar educação, aprendizagem e ensino.

Nós mães e pais de crianças especiais somos a primeira geração de inclusão nas escolas regulares. Normalmente `o primeiro caso` é conosco. Batalhar para mostrar que é possível, liberar a boa vontade da direção, da professora e de toda a escola, faz parte da luta diária na inclusão. São as pessoas que fazem a diferença.

Eu não aceito a tão dita frase:
-Não estou preparada.

E quem esteve? Eu estive? Estar preparada significa deixar as portas abertas para que eu possa entrar, para que a escola possa conhecer meu filho, integrar-se a ele. As crianças são as que mais aceitam e se divertem, se sentem úteis, despertam solidariedade, aplicam no dia a dia nosso lado mais humano. De ajudar, de aceitar, de incluir. Naturalmente.

Naturalmente, dependendo da escola, ela exclui esta oportunidade do resto do grupo. Somos nós os pais desta geração que temos que nos esforçar para deixar em cada canto mais uma porta aberta. Somos nós os responsáveis pela continuidade desta inclusão.

::: Este foi um dos temas que discutimos em nosso Encontro de Pais, durante o Curso de Férias de Educação Condutiva, em julho deste ano, há um mês.

Wednesday, August 05, 2009

Andras Peto e Berta&Karel Bobath


Neste artigo, Andrew Sutton fala das proximidades entre as idéias de Bobath e Peto, apesar de várias divergências nos métodos.

Entitulado de: CE: a lesson from Bobath? An authoritative statement

Ele começa o artigo com a frase:
I implore you to … push on. We’ve given you what we know. Learn… look at other methods… we hand you the torch.’ (Bobath and Bobath, 1979)
" Eu lhe imploro... vamos em frente. Nós os demos o que sabemos. Aprendam... olhem para os outros métodos ... nós passamos a tocha."

Estas palavras saíram do artigo do Jornal Internacional de Medicina Pediátrica e Neurologia da Criança. (Damiano 2007). A autora, Diane Damiano é fisioterapeuta e Presidente da Academia Americana de paralisia Cerebral e Desenvolvimento da Medicina.

Infelizmente não tenho acesso ao artigo, mas repasso as palavras de Andrew e de Diane sobre o artigo, para aqueles mais interessados em experimentar e avaliar as comparações de métodos. Eu copio abaixo as palavras do link de Andrew e deixo em versão original, inglês. Para quem quiser use a ferramenta de tradução neste blog.

Como mais referências:
1) Bobath, K., Bobath. B. (1979) Award-acceptance speech at First Curative Foundation Awards Dinner, Milwaukee
2) Damiano, D. (2007) Pass the torch, please! Developmental Medicine and Child Neurology, vol. 49, p. 723
3) Pető, A. Letter to Ester Cotton


Torching Bobath

The author begins with a heartfelt acknowledgement of the Bobaths’ innovative methods and its long domination of neuro-rehabilitation. In recent years, however, developing understandings (for example, of cortical control) and lack of empirical evidence for the efficacy of this approach have begun to weaken this position.

Diane Demiano proposes that there have been three distinct responses to this change amongst therapists, creating rifts urgently in need of resolution.

First are those who cling fervently on to the traditional approach, continuing to practice ‘in a time warp’.

I refer to this group as the torch carriers, likening them to those who ‘carry a torch’ for someone in a romantic sense, something that is typically not reciprocated or based on present-day reality.

She regards such ‘myopic allegiance’ as emotional rather that rational.

Secondly there are those who retain the name but allowing modifications, incorporating newer methods that fit with modern thinking and assimilating newer theories and practices into their work.

I refer to this group as the ‘torch bearers’ who basically consider the Bobaths as the source of the flame, rather than the scientific knowledge they imparted.

Decisions about what stays and what goes are made by national or local groups, or even by individual therapists, so the method’s identity then becomes blurred.

Many therapists purport that they use an ‘eclectic’ approach and pick and chose techniques from multiple sources, as if there were a therapy method buffet table.

Further, she notes, other people’s innovations then get sucked into an unjustified therapeutic black hole, by being presented as part of the Bobath approach, which ‘may serve the therapists who have invested their careers in this method’ [Bobath], but not anyone else

The third response, espoused by the author among others, she terms that of ‘torch passer’.

We fully recognise that we have benefited from the legacy of the Bobaths but believe instead that they have handed us their torch of knowledge and enquiry and now it is our opportunity and responsibility to contribute to the scientific basis of therapy, before we too pass it on to the next generation.

I hope that I have done justice to her well stated position. As ever, there is no substitute for reading the original. Do try and get one.

Casting light on CE
So what has all this to do with Conductive Education?

Well, as stated at the start of this posting, here is as authoritative figure as you could find from within the ranks of physical therapy (physiotherapy), one of theirs at the top of their tree, with a trenchant and highly critical analysis of what to outsiders may look a monolithic and unmoveable institution. Be reminded: it isn’t. There will be many therapists who do not agree with what she says, fair enough, but her analysis cannot be dismissed without well substantiated argument. The letters pages in the next couple of issues of Developmental Medicine and Child Neurology may prove instructive!

That aside, her analysis reminds us that everything has a history, Bobath, Conductive Education, everything, and what we perceive at any given time, in the opening years of the twenty-first century in this instance, is but one point in a long story. And stories have a beginning, and a middle – and an end.

I think that this is what Rony Schencker had in mind when she posed her awkward question towards the end of my pre-conference workshop in Rishon LeZion, about whether it might be time for people in CE to consider ‘changing the name’. Certainly there are some interesting parallels about what Diane Demiano wrote about ‘Bobath’ in her editorial with what can be said about ‘Pető’. You might like to try ‘torching’ Conductive Education in a similar way, assigning practices, people and institutions, to the same three groups as defined above.

The history of the Bobaths’ methods has of course been rather different from Pető’s approach. Not least this has been because only in the last twenty years or so has Conductive Education begun to be exposed to the harsh stimulus of the international professional-academic complex, to which the former has been subject for much of its existence. As a result, for good or for ill, the Bobaths’ approach has proceeded rather further along the line of modern professional-academic development than has Pető’s. And also for good or for ill, Conductive Education is goimng to have to catch up.

Conductive Education’s international period has seen torch-carriers aplenty and the torch-bearers now begin to appear everywhere too, creating ever greater difficulties in defining the boundaries of what constitutes Conductive Education. My personal historical analysis, expressed often enough in this blog and elsewhere, is that Conductive Education now faces a historical crisis with the emergence of a new globalised period in which it will generate and generalise new formulations of the essences of Conductive Education.

This is not quite the same as what the torch-passers are doing within Bobath therapy (nor need it be, they have their own path to tread) but it is certainly parallel enough to permit a far better modus vivendi between therapy and conduction. And it does raise the question of the ultimate historical fate of Conductive Education which, like all good stories, will have to come to an end some day. Passing on the torch of knowledge to a later generation, to be incorporated into some as yet unknown future aapproach with as yet unknown theories and unknown practices, and therefore ceasing to exist in its presently recognisable form – that, I suspect, will the time that the name will fall away, living on only in the history books.

In the meantime, as I think I replied to Rony in the workshop, my present view is that it is possibly rather early to junk about the only commonly acceptable descriptor that we currently have.

Bobath and Pető

Diane Damiano opened her editorial with a quotation from the Berta and Karel Bobath. Here to close this posting is something that András Pető wrote:
Nehmt das, was Ich begonnen habe, nutzt es und entwickelt es weiter… (Take what I have started, use it and develop it further…)

Not exactly the same, I know, but the two sentiments are very close. Perhaps the founders of both systems left a common message about future development of their respective ideas.